Mais uma vez os estudantes do Colégio Estadual Ildo Meneghetti, no bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre, foram prejudicados pela falta de segurança. A escola, que atende 1,7 mil alunos, foi alvo do 13º caso de arrombamento registrado na polícia, com furto de materiais e vandalismo durante o final de semana. O crime foi constatado quando as primeiras funcionárias chegaram ao local no começo da manhã desta segunda-feira. Com isso, as aulas, que não tiveram seu início normal na semana passada, novamente foram suspensas.
– Salas de aula e do administrativo foram invadidas e teve vandalismo mais uma vez – explica a diretora, Carla Guimarães.
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Arrombamento de escola é um ataque à toda a sociedade
Foram furtados um monitor, um teclado e um mouse da sala dos professores. Diversas salas de aula também foram vandalizadas. Há uma mobilização da comunidade escolar para se reunir com a Secretaria da Educação nesta terça-feira. Segundo a diretoria da escola, além dos casos registrados na polícia, houve pelo menos outros dois episódios de vandalismo este ano que não geraram boletins de ocorrência na polícia.
– Já procurei a secretaria, a polícia, fizemos uma demonstração de todo o estrago aos alunos e suas famílias na semana passada. Fiz tudo o que poderíamos fazer – desabafa a diretora.
Os casos são apurados pela Polícia Civil. Na semana passada, um casal foi preso em flagrante quando fugia levando um computador e outros objetos do local. Eles podem ser um ponto de partida importante para a investigação da 16ª DP.
– Já solicitei exames comparativos de digitais que possam relacionar esses presos da semana passada aos outros ataques. Também aguardamos outros exames periciais – diz a delegada Áurea Hoeppel, que responde interinamente pela delegacia.
Mas a linha técnica não é a única adotada pelos investigadores para esclarecer os crimes contra a escola. Há pelo menos duas motivações para os ataques em apuração. A primeira delas, relacionada à região onde fica a escola.
– Fizemos um levantamento e é um prédio que deveria ter uma estrutura de segurança muito maior. Tem concentração de usuários de crack e os furtos acabam sendo uma constante – aponta a delegada.
Em outra direção, nesta semana a polícia começa a ouvir testemunhas que possam elucidar se os atos de vandalismo não teriam alguma motivação interna na escola. Seja por desavenças entre estudantes, ou relacionadas à direção.