Uma troca de tiros envolvendo fuzileiros navais e dois suspeitos de roubo deixou uma pessoa morta na manhã desta quarta-feira, segundo dia de patrulhamento das Forças Armadas na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério da Defesa, os militares patrulhavam as imediações da Rodoviária Novo Rio, na zona portuária da cidade, quando houve o confronto. Os suspeitos tentavam roubar uma moto, e somente um deles estaria armado. Segundo a nota, os militares atiraram apenas contra ele, que foi baleado e morreu no local.
Leia mais:
Mulheres de policiais seguem no terceiro dia de protesto no Rio de Janeiro
Termina sem acordo reunião entre comando da PM e esposas de policiais no Rio
Com medo de motim, prefeitos do RJ se mobilizam para ajudar a pagar PMs
Duas faixas da Avenida Brasil foram interditadas para aguardar a chegada da perícia. O caso será investigado por inquérito policial-militar e o corpo será encaminhado ao Instituto Médico-Legal.
O emprego de militares no Estado do Rio de Janeiro foi anunciado na terça-feira pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, como medida preventiva. Batizada de Operação Carioca, a ação envolve 9 mil militares.
Tropas do Exército foram escaladas para patrulhar a Transolímpica e pontos da Avenida Brasil, além da orla de Niterói e áreas de São Gonçalo. Fuzileiros navais foram destacados para o centro e a zona sul do Rio, incluindo o local do tiroteio registrado nesta quarta-feira.
O deslocamento de tropas federais para o patrulhamento ocorre em um momento em que o Estado lida com protestos de familiares de policiais militares que causam bloqueios em alguns batalhões. O objetivo do reforço é liberar contingente da Polícia Militar para outras atividades.
Segundo a PM, "todos os meios estão sendo usados para colocar policiamento nas ruas nos locais em que há impasse com manifestantes". A PM afirma que busca o diálogo com os manifestantes, que cobram o pagamento de horas extras dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, décimo terceiro salário e prêmios que deveriam ter sido pagos pelo cumprimento de metas.
Os militares das Forças Armadas também vão ficar a postos como força de reserva no policiamento da Assembleia Legislativa do Estado, onde a discussão sobre a privatização da Companhia de Águas e Esgotos e o aumento da contribuição previdenciária de servidores públicos tem motivado protestos frequentes. O policiamento no local já conta com a Polícia Militar e a Força Nacional, e as tropas federais serão "uma terceira linha", segundo Jungmann.