Protestos de parentes de policiais militares impedem a saída de viaturas em quatro batalhões da região metropolitana do Rio de Janeiro, de acordo com a PM. Os batalhões do Méier (3º BPM), Tijuca (6º BPM), Mesquita (20ª BPM) e Campo Grande (40º BPM) estão bloqueados. Outros 27 batalhões têm concentração de pessoas, mas sem interrupção de entrada e saída.
Segundo o porta-voz, as manifestações já eram previstas e a Polícia Militar tomou medidas para garantir o patrulhamento.
– Há um planejamento prévio que conseguiu colocar as viaturas nas ruas, de modo que hoje temos 95% do efeito já pronto, atuando – disse o porta-voz, que afirmou que os comandantes dos batalhões estão encarregados de negociar. – São unidades importantes em que seus comandantes estão lidando diretamente com os manifestantes para poder chegar a um lugar comum.
Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, pelo menos 30 pessoas impediam a saída de viaturas. Na Tijuca, pelo menos dez mulheres se concentraram em frente ao portão e não permitiam a saída dos policiais.
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Segundo Blaz, os batalhões em que as manifestantes bloqueiam a saída são os da Tijuca, Jacarepaguá, Mesquita, Olaria e Choque.
Mulheres e mães de policiais militares se organizaram por redes sociais e chegaram ao Batalhão de Choque, às 4h. Com cartazes e garrafas de água mineral, elas permitem a entrada de viaturas, mas impedem a saída de policiais fardados.
A esposa de um policial militar disse que a falta de pagamento de horas extras e décimo terceiro salário são as principais motivações da manifestação.
– No Espírito Santo, eles estão reivindicando aumento. Nós não estamos pedindo nem isso. Estamos pedindo o pagamento do que nos devem, só isso.
Outra manifestante que não quis se identificar contou que é mãe de um policial militar e criticou as condições de trabalho, que, segundo ela, se agravam sem os pagamentos devidos.
– Já tive que doar sofá para colocar no alojamento para ele ter onde sentar – contou a manifestante. – Não assisto o jornal por que todas as vezes que fala mais um policial (morreu), abre um buraco nos meus pés.
O porta-voz da PM reconheceu que a tropa da Polícia Militar está insatisfeita com a falta de pagamentos.
– Sem dúvida nenhuma isso causa muita insatisfação na tropa. Isso é compreensível – disse Blaz.
Em frente ao 6° Batalhão de Polícia Militar (Tijuca), manifestantes também impediam a entrada de policiais que voltavam de seus turnos de trabalho. Populares que acompanhavam a manifestação hostilizaram jornalistas na porta do batalhão.