Depois de o governo do Espírito Santo anunciar, na noite desta sexta-feira, que chegou a um acordo com as associações de policiais militares para que a greve tivesse fim às 7h do sábado, as mulheres seguiam acampadas em frente aos batalhões no começo da manhã.
O prazo foi estabelecido para que as esposas dos PMs que bloqueiam as entradas de batalhões no Estado desmobilizem os piquetes e liberem a saída dos policiais.
– Conversem com suas esposas, voltem a atividade. Não é razoável com mais de cem mortos que a nossa força policial fique paralisada – afirmou o secretário de Direitos Humanos do Estado, Júlio Pompeu.
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Segundo o Pompeu, os policiais militares que voltarem ao trabalho até as 7h do sábado não serão punidos. As mulheres não participaram da negociação. Em frente ao quartel do Comando Geral da PM, em Vitória, as esposas não confirmavam o fim da mobilização.
Diante do pedido de reajuste de 47% no salário dos PMs, pedido pelas famílias, o governo capixaba pretende aguardar o final do quadrimestre para avaliar a possibilidade de conceder aumentos sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O governo deverá, com base no acordo com a categoria, analisar o cronograma de promoções e a suspender a punição aos PMs amotinados. Mais cedo, o governo comunicou o indiciamento de 703 PMs que estavam parados. Nestes casos, como os processos já foram abertos, ele seguirão tramitando. As associações tentarão aprovar uma anistia no Congresso Nacional.
O governo também se comprometeu a formar comissão para analisar a carga horária da corporação e apresentar propostas em 60 dias.
Durante a paralisação, dados parciais indicam 121 pessoas foram assassinadas no Estado e 300 lojas saqueadas.
*Com informações de agências