A área onde ficam as serpentes do Museu de Ciências Naturais, no Jardim Botânico de Porto Alegre, foi atacada por vândalos na madrugada desta quarta-feira. A direção da Fundação Zoobotânica (FZB) acredita que o crime tenha sido uma tentativa de soltura dos animais. As informações são da Rádio Gaúcha.
Tijolos foram jogados contra o vidro do ambiente em que ficam as cobras píton e cascavel. O chamado serpentário, que era aberto ao público, também teve dobradiças de uma porta externa de vidro danificadas. O que impediu a entrada dos vândalos foi uma segunda porta, gradeada.
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A FZB garante que nenhuma cobra foi solta. O diretor-presidente da Fundação, Luiz Fenando Branco, afirma que foi uma ação premeditada, mas não sabe o motivo.
– O crime foi premeditado, tanto que o tipo de tijolo que foi jogado, aquele de seis furos, de construção mesmo, não existe nas dependências do Jardim Botânico. Quem esteve aqui trouxe esse material – afirmou.
Por causa do ataque, o serpentário será desativado e as cobras serão levadas para um outro local.
– Vamos colocá-las em um outro local, mais seguro. Ali é onde tinha visitação, é parte do serpentário. Temos ainda outra parte, que tem 330 cobras no total. Agora a população que vai ficar mais prejudicada – contou.
Os vigilantes que fazem a guarda do Jardim Botânico não viram o crime. A Brigada Militar esteve no local durante a manhã e registrou um boletim de atendimento.
O diretor da FZB disse que não vê indícios de motivação política no ato, mas que isso deverá ser investigado e apurado pela polícia. No entanto, ele disse "que é muita coincidência o fato acontecer praticamente no mesmo dia em que o governador Sartori sancionou a extinção de fundações estaduais".
No fim da tarde desta quarta-feira, Branco registrou ocorrência na Delegacia Especializada em Meio Ambiente (Dema) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). A delegada Marina Ver Goltz ficará responsável pela investigação do caso. Conforme Marina, o diretor da fundação não soube dizer se o autor do ataque estaria escondido dentro do Jardim Botânico ou se teria invadido o local após o fechamento. No momento, a principal linha de investigação do Dema suspeita que a ação visava a libertar os animais:
– Em um primeiro momento, suspeitamos que o autor ou os autores do ato de vandalismo queriam libertar as serpentes, porque, provavelmente, elas serão doadas ao Instituto Butantan, em São Paulo. Na quinta-feira, vou ir até o local para ver se consigo mais detalhes do caso – explicou a delegada.
Conforme o diretor da FZB, o local onde ocorreu o ataque não é coberto por câmeras de videomonitoramento, o que pode dificultar a identificação de suspeitos.