Ricardo Martins do Nascimento, de 21 anos, disse estar arrependido de ter agredido e matado o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, 54 anos. Ele falou rapidamente com os jornalistas enquanto era levado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), em São Paulo, onde passará por um reconhecimento das testemunhas.
Ricardo lamentou o ocorrido e disse que se pudesse, faria algo para ajudar a viúva do ambulante.
– Eu não sou má pessoa – disse.
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O acusado foi preso às 21h de terça-feira na casa de um amigo em uma favela do município de Itupeva, na região de Campinas. Caso seja reconhecido nesta quarta pelas 14 testemunhas, incluindo duas travestis e um funcionário da bilheteria, ele será levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
O outro suspeito de ter participado do crime – primo de Ricardo –, Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26, continua foragido.
– Estamos com equipes nas ruas e não vamos parar, porque isso revoltou todos os policiais. O seu Ruas, uma pessoa humilde, que foi defender as travestis, prestar solidariedade, e acabou pisoteado, morto por esses dois covardes – disse Osvaldo Nico, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas.
Ricardo disse que a confusão começou após o seu primo levar uma garrafada na cabeça.
– Não acredito nisso, eles estão tentando reverter, mas as imagens estão claras, a covardia que eles fizeram – disse Nico. – Ele está contando uma história, que, para mim, não convence – completou.
O crime
Ruas foi espancado e morto às 22h25min de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, incluindo duas travestis, que também foram agredidas pelos dois suspeitos.
O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação Pedro II do metrô, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital por agentes de segurança do Metrô, mas não resistiu aos ferimentos.