O ano de 2016 já contabiliza 149 assassinatos. Além de o número total ser 29,5% maior do que os 115 de 2015, já é o mais violento da década em números absolutos. Até então, o ano com mais assassinatos era 2010, com 137 crimes. Na contagem por 100 mil habitantes, 2010 e 2016 estão com a mesma média, 31 mortes a cada 100 mil habitantes.O levantamento pela rádio Gaúcha Serra contabiliza os latrocínios (roubo seguido de morte) e mortes em confronto com a polícia.
Os meses mais violentos foram outubro, com 23 casos, seguido de agosto com 19, e novembro, com 16 mortes. Do total de vítimas, 88% eram do sexo masculino e 56% tinham entre 18 e 30 anos. Contabilizados mais os 12 adolescentes assassinados em 2016, 64% dos mortos tinha entre 12 e 30 anos. Das 149 mortos, 89% foram mortos a tiros. Foram pelo menos 12 mortes em confronto com a polícia, além de dois casos confirmados de policiais de folga que reagiram a assaltos e mataram criminosos.
São oito latrocínios em 2016 contra seis em 2015. O último roubo seguido de morte teve como vítima o empresário Fernando Weber, de 43 anos. Ele foi baleado dentro do carro dele em uma tentativa de roubo no início de novembro, no bairro Santos Dumont. O assalto aconteceu em frente à empresa de decoração de festas da família de Weber. Duas pessoas foram indiciadas pelo crime.
Mortes em mais de 60 locais
Com relação aos locais onde as mortes aconteceram quatro bairros e loteamentos lideram. O primeiro é o loteamento Vila Ipê, na Zona Norte, com 11 crimes, seguido do Reolon, na Zona Oeste de Caxias, com 10. Em terceiro, aparece o bairro Planalto, na Zona Leste, com oito, e o Euzébio Beltrão de Queiróz, na área central, com sete mortes.
Mesmo com pontos mais conflagrados, os assassinatos de 2016 estão espalhados por todo o município. Ao todo, pessoas foram mortas em 64 bairros, loteamentos e localidades de Caxias. A Zona Norte é a que mais teve casos, com 43, mas chama atenção o interior do município, com 12 mortes.
Para o delegado Rodrigo Duarte, da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Caxias, o parcelamento de salários do funcionalismo do Estado e as disputas por tráfico de drogas podem ter contribuído para o aumento de mortes em 2016.
"O indivíduo que quer praticar o crime, ao ver certa desmobilização por parte da polícia (falando do parcelamento de salários) , tende a aproveitar a oportunidade. Isso pode ter contribuído, aliado à suposta tomada de território para o tráfico de drogas", avalia o delegado.