A licitação do Museu do Trabalhador, empreendimento criado para homenagear o movimento sindical do ABC paulista que foi o berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria sido fraudada com desvios de R$ 11 milhões. As informações são das investigações da Procuradoria da República em São Paulo na Operação Hefesta, deflagrada nesta terça-feira para investigar as suspeitas de desvios na obra.
Conhecido popularmente como "Museu do Lula", o espaço está em construção ao lado do Paço Municipal, em São Bernardo do Campo. A investigação aponta que três secretários do município teriam formado uma organização criminosa junto com cinco empresários para fraudar a licitação e desviar o dinheiro desde 2010 do projeto.
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A investigação aponta ainda que há R$ 19 milhões aprovados pela Lei Rouanet para o projeto e, segundo a Procuradoria, um dos objetivos é evitar que estes recursos sejam aportados no empreendimento.
A operação foi autorizada pela 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo, que aceitou todos os requerimentos do Ministério Público Federal, da prisão temporária de oito pessoas, incluindo o secretário de obras de São Bernardo, Alfredo Luiz Buzzo, o subsecretário de obras do município, Sérgio Suster e o secretário de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, além de cinco empresários.
A apuração, que contou também com a participação da Controladoria Geral da União (CGU), demonstrou a existência de uma organização criminosa instalada em São Bernardo do Campo, que, por meio dos crimes de fraude à licitação, fraude na execução de contrato administrativo, peculato (desvio de dinheiro), inserção de informação falsa em sistemas informatizados de dados da Administração Pública e falsidade ideológica. O esquema teria desviado cerca de R$ 11 milhões desde junho de 2010 até hoje durante o processo de construção do museu
A Operação Hefesta apreendeu R$ 300 mil em dinheiro em espécie com os investigados, além de carros de luxo e dinheiro em espécie.