O juiz da 1ª Vara Criminal de São Leopoldo, José Antonio Piccoli, defendeu o reforço no efetivo das polícias – civil e militar – e a presença dos policiais nas ruas como forma de combater a criminalidade. O magistrado condenou três réus a 27 anos de prisão, para cada um, pela morte do aluno Frederico Colnaghi de Almeida, 22 anos. O crime ocorreu em novembro do ano passado na frente da Unisinos, em São Leopoldo.
Atuando há quase 40 anos, o juiz afirma que um dos motivos para o elevado número de crimes violentos é a redução no efetivo da Brigada Militar (BM) nas últimas décadas. “Quando assumi, em 1980, eram quase 25 mil policiais militares no Estado, e hoje, temos 19 mil, sendo que a população está crescendo, mais o sentimento de impunidade e a droga que tomou conta”.
Em entrevista ao Gaúcha Repórter, o juiz José Antonio Piccoli defendeu o policiamento ostensivo como forma de combater a criminalidade no Estado.
“O criminoso precisa de pulso. Se o criminosos não sentir o pulso, não sentir a presença do estado, vai delinquir. É como o filho que explora o pai: o pai deixa fazer uma vez, ele vai tentar a segunda. É o que os psicólogos dizem, precisa de limite. Se o pai não dá limite, o filho vira um ditador em casa. É a mesma coisa com o criminoso: se ele não tem repressão, vai virar um ditador na sociedade. Se não tem repressão, nós é que somos reféns. Na realidade, hoje, quem vive preso somos nós”, avaliou.
O juiz também destacou que a legislação permite a progressão de regime muito cedo.
“Compreendo que existe ressocialização, mas os presídios viraram porta giratória, preso entra e já sai. Mesmo que a gente aplique pena pesada, como 27 anos, daqui a pouco eles estarão no regime semi-aberto delinquindo de novo”, afirmou.