Bruno Dornelles Ribeiro embarcou em um ônibus na rodoviária de São Borja às 22h30min de segunda-feira com destino a Porto Alegre. O rapaz de 24 anos vestia uma camiseta do Corinthians de cor laranja, uma bermuda jeans e um par de tênis amarelo fluorescente. Carregava uma mala preta a tiracolo e carregava um travesseiro envolto em uma fronha floreada. Levava também a tentativa de se afastar de uma desavença gestada na cidade da Fronteira Oeste – mas foi morto cerca de 10 minutos depois de desembarcar na Capital.
O jovem havia decidido deixar o município onde nasceu e no qual morava depois de receber ameaças em razão de um suposto envolvimento com o tráfico de drogas. Dois familiares e dois amigos ouvidos por ZH confirmam a tentativa de fuga do rapaz e endossam uma das linhas de investigação levantadas pela Polícia Civil para o homicídio ocorrido na manhã desta terça-feira, ao lado da Estação Rodoviária, na região central de Porto Alegre.
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A viagem de ônibus durou oito horas, interrompida somente por uma breve parada por volta das 2h30min em Santa Maria, para a troca de motorista. Pouco antes das 7h, Dornelles desembarcou na rodoviária de Porto Alegre e encontrou uma das irmãs que mora na Capital.
Deixou a bagagem na lancheria da rodoviária em que outra irmã trabalha e passou em um dos banheiros antes de caminhar até a parada de ônibus na Rua da Conceição, onde aguardaria um novo coletivo. No local, um homem negro vestindo um moletom preto de capuz vermelho interrompeu a viagem de Ribeiro ao disparar pelo menos quatro tiros contra ele – três atingiram as costas da vítima, e um, a cabeça. Outro disparo ainda acertou uma mulher que aguardava na parada.
A Polícia Civil colheu a informação de que assassino e vítima haviam viajado de São Borja a Porto Alegre no mesmo ônibus. Para confirmar a hipótese, o delegado Leandro Bodóia Araújo, plantonista do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), analisa as imagens das câmeras de segurança da empresa de ônibus e da rodoviária.