Os diálogos no Telegram evidenciam a cogitação, no grupo, de atentados na Olimpíada do Rio. Em maio, trecho de conversa fica evidente a intenção de "atuar" nos Jogos:
"Não haverá nenhum presente para os kuffar nestas olimpíadas? A vossa oportunidade de entrar para o paraíso está naquela Olimpíada", desafia alguém com codinome de Mujahid Joelson Abdu-Salva.
Kuffar é plural de kaffir (infiel, em árabe). Mujahid é guerreiro.
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Em resposta, o brasileiro Alisson Luan Mussaka considera o uso de materiais químicos e diz que ele próprio domina, mais ou menos, o assunto.
"Já imaginaram um ataque bioquímico, contaminar as águas em uma estação de abastecimento, por exemplo? Entraria para a história e seria eficaz..."
Oziris Moris Lundi de Azevedo, ex-funcionário da Secretaria da Segurança Pública do Amazonas, diz:
"Espera acabar a Olimpíada, porque a inteligência vai estar a todo vapor e temos de ser mais discretos".
Na dúvida sobre a capacidade desse grupo de organizar os atentados, a PF decide não subestimá-los e aumenta o monitoramento.
Cacos de vidro "para causar dor terrível"
Teo Yoshi apoia Alisson e cogita atentado semelhante ao praticado por chechenos na Maratona de Boston, em 2013, que matou com explosivos caseiros três pessoas e feriu 264.
Uma mulher, com pseudônimo Mara Salvatrucha, desafia: "Vocês sabem fazer bombas caseiras, certo?"
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Oziris, um dos participantes do chat, veicula link onde se mostra como fazer três tipos de explosivos amadores.
Na sequência, o paulista Luís Gustavo de Oliveira (pseudônimo Nur Al Din), ensina a fazer bomba dando um passo a passo. E recomenda um toque de crueldade: cacos de vidro moído na pólvora, para causar mais dor e dificuldade de remoção dos fragmentos.