Alternativa à falta de vagas nos presídios, a custódia de presos em micro-ônibus naufragou neste sábado, quando um veículo da Brigada Militar (BM), estacionado no pátio do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, teve seu interior destruído por seis detentos. Desencadeada um mês após a BM optar por manter, pela primeira vez, presos em viaturas diante da falta de vagas em cadeias, a revolta dos presos fez com que o coronel Mário Ikeda, comandante do policiamento da Capital, afirmasse que não utilizará mais vans como cela provisória. O oficial prometeu ainda estudar outras formas de manter os presos detidos durante a espera por vagas nos presídios.
– Vamos voltar a colocar os presos em viaturas e avaliar outras possibilidades – garantiu Ikeda.
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O secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, disse que a atitude dos detentos, a qual classificou como "criminosa, de provocação, de audácia e de destruição", é "totalmente intolerável".
– Responderemos com mais ação, firmeza e prisões para que os criminosos aprendam de uma vez por todas que o crime não compensa.
Segundo o delegado de plantão da 2ª Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) Francisco Antoniuk, a ação no Palácio da Polícia começou por volta das 10h. Os presos, que pediam transferência para outro local, haviam passado a noite no veículo. Dentro da carceragem, outros 10 detidos atearam fogo a roupas e protestaram contra as condições do local. Um caminhão dos bombeiros foi deslocado para controlar as chamas e o Batalhão de Operações Especiais (BOE), chamado para realizar a retirada dos detidos de dentro do veículo.
Durante a tarde, os detentos foram encaminhados para a Penitenciária Modulada de Charqueadas. Conforme a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), há desforço contínuo para abertura de vagas nos presídios para acomodar os detidos abrigados nas delegacias e em viaturas.
