A progressão para o regime semiaberto de um apenado deixou em alerta a Polícia Civil e a Brigada Militar. O ex-policial militar de 47 anos havia sido preso por assaltar bancos e planejar ataques a carros-fortes, e é considerado altamente perigoso. Após nove anos, ele deixou a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na terça-feira. As informações são do blog Caso de Polícia.
Agora, o apenado está no Instituto Penal de Canoas (IPC). A casa prisional é a mesma em que no mês passado uma ação da Polícia Civil e Superintendência de Serviços Penitenciários desativou um ponto de tráfico de drogas que funcionava dentro da unidade. Drogas, cerca de 50 celulares e até uma balança de precisão foram apreendidas à época.
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Segundo o delegado João Paulo Abreu, o Departamento de Investigações Criminais (Deic) monitora as ações e teme por um retrabalho.
– Nós já tínhamos a notícia da progressão de regime dele e isso nos chama preocupa. Não quer dizer que esteja cometendo crimes, mas ele precisa ser acompanhado.
No último mês, um comparsa do ex-PM e velho conhecido do Deic rompeu a tornozeleira eletrônica e está foragido. Pedro Ramão, o Doca, é novamente procurado pela Polícia Civil. Ambos chegaram a ser monitorados por integrar quadrilha do assaltante Seco, mas nenhuma prova que comprovasse a hipótese foi encontrada.
Histórico do ex-PM
O histórico do preso é marcado por crimes graves. Ele foi condenado três vezes por roubo, sendo uma delas com agravantes por formação de quadrilha. Além disso, foi considerado culpado de uma tentativa de latrocínio ocorrido em 2007. Ainda foi condenado por porte ilegal de arma de fogo.
Em 2007, uma operação do Deic prendeu o ex-PM e mais quatro bandidos que planejavam atacar um carro-forte na Serra. Antes disso, em 2002, ele foi detido por roubo ao Banco do Brasil e Sicredi de Pelotas, no Sul do Estado, mas absolvido pela Justiça. Ele era investigado também por outros dois assaltos a condomínios de luxo em Canoas e Porto Alegre.
O crime mais grave que consta como suspeito é de um assalto a um posto da Brigada Militar de Ivoti, no Vale do Sinos. Uma viatura foi levada dos policiais, que foram rendidos na rua.
O que diz o Judiciário
O magistrado responsável pela decisão que colocou o apenado no regime semiaberto diz que seguiu estritamente o que prevê a lei. O juiz do 1º Juizado da 1ª Vara de Execuções Criminais, Paulo Augusto Oliveira Irion, registra que a pena foi reduzida por que enquanto preso o ex-PM trabalhou mais de 2.400 dias, o que importou no recebimento de mais de 800 dias de remição.
O magistrado reforça ainda que o parecer de progressão de pena teve representação favorável do Ministério Público.