A morte da comerciante Edi Santina Bonassi, 57 anos, no interior de sua loja de confecções, em Sapucaia do Sul, é mistério para a polícia – mesmo que latrocínio seja uma das hipóteses apuradas.
Seu corpo foi encontrado na manhã desta terça-feira, com sinais de tortura. O crime foi descoberto por um dos filhos da vítima. O rapaz estranhou que, às 11h, a loja, na Rua São Lucas, no bairro Sete, ainda estivesse fechada.
A moradia de Edi, no andar de cima no mesmo prédio, também estava trancada. Como não conseguiu contato telefônico com a mãe, que não atendia, o filho decidiu arrombar uma das entradas do estabelecimento.
O cenário encontrado era trágico. A mãe estava morta, com pernas amarradas com uma calcinha e as mãos, com um sutiã. A cabeça estava envolta num saco plástico, indicando que a mulher tenha sido morta por asfixia, uma vez que o exame realizado por peritos do Instituto-Geral de Perícias ainda no local do crime, não apontou marcas de tiros na vítima.
Conforme apurou a polícia, Edi morava sozinha e costumava abrir a loja por volta das 9h. Os filhos perceberam que o carro de Edi, um Corsa preto, uma TV, um computador e três câmeras de monitoramento haviam sido levados. O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Sapucaia do Sul.
A primeira hipótese levantada para explicar o caso, devido ao desaparecimento de bens, entre os quais, o carro da vítima, é a de latrocínio (roubo com morte).
Porém, há detalhes que não são comuns neste tipo de crime, conforme o delegado Roland Alexander Short, titular da 2ª DP.
– A morte por asfixia, se for confirmada, não é comum nesse tipo de crime. Não costuma ser usada por autores de latrocínio. Ainda é tudo muito prematuro para chegarmos a uma conclusão – disse o delegado.
Mesmo que objetos tenham sido levados da loja, de acordo com Roland, não há confirmação de que houve roubo: o carro pode ter sido utilizado para a fuga, e a TV, computador e câmeras levados para impossibilitarem a exibição de imagens das cenas do crime.
Vizinhos da vítima a descreveram como discreta e vista quase o tempo todo trabalhando na loja de confecções.