A jornalista Diva Andrade Rodrigues, 42 anos, vive um pesadelo desde o início da tarde de segunda-feira. Ela foi vítima de um roubo de carro quando deixava a filha de seis anos no Colégio São João Batista, em Caxias do Sul. Foram levados seus documentos e celular. Após, os criminosos invadiram suas redes sociais e estão ameaçando seus amigos.
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O caso ocorre duas semanas após o assassinato de uma mãe que buscava o filho em Porto Alegre e que culminou com o pedido de exoneração do secretário da Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini. O novo secretário anunciado é Cezar Schirmer (PMDB), prefeito de Santa Maria, que assumirá a pasta nesta quinta-feira.
Confira a entrevista completa:
Como foi o assalto?
Eu estacionei no mesmo lugar de sempre e desci do carro para abrir a porta de trás (que tem trava de segurança). Eu pedi para minha filha sair e ir para outro lado da rua (na calçada) porque já estava atrasada. Quando fui fechar a porta, apareceram estes dois homens pedindo as chaves e o celular. Eles levaram tudo que eu tinha. Um deles até acessou o meu Facebook. Está chantageando e amedrontando meus amigos.
O que o criminoso quer?
Ele quer o meu contato, quer falar comigo. Está ameaçando e querendo R$ 3 mil ou vai mandar o meu carro para o desmanche. Parece que ninguém pode fazer nada. (Os policias) falaram que precisam esperar a ordem de um juiz para verificar estas ameaças e ir atrás. É inaceitável. Está ali, o criminoso está falando de um celular ou computador. Dá para investigar e encontrar. Sorte que minha filha já tinha descido (do carro). Imagina se não tivesse dado tempo? Eles teriam matado ela.
Você se sentia insegura em Caxias do Sul?
Até dois anos atrás, eu me sentia segura. Sou uma pessoa que evito ir a shows ou qualquer lugar à noite, afinal minha filha é pequena. Nunca imaginei ser assaltada às 13h30min na frente da escola da minha filha, onde circulam tantas mães e suas crianças. Não podemos ir a lugar nenhum. Até ir no mercado está perigoso.
Como é esta rua onde foi assaltada?
Eu achava que era segura. Lembro de uma festa junina quando levaram alguns estepes dos carros estacionados. Mas eram furtos, nunca relatos de assaltos. Faz quatro anos que estaciono o carro no mesmo lugar. Nunca vi polícia próximo da escola. Só o 118 (fiscalização de trânsito) que aparece para multar quando estacionamos de forma irregular. Para cuidar (das pessoas) não tem ninguém.
A senhora aparenta estar bastante amedrontada...
Não tem como não estar amedrontada. Eu nunca tinha sido assaltada. E agora tem um marginal com a minha vida nas mãos. O cara está com meu nome e tudo que é meu: carteira de trabalho, carteira de motorista, cartão de banco, CPF... Só não está com meu dinheiro porque estou desempregada. Não consigo acreditar. É muito absurdo. Não consigo nem apagar o meu perfil (no Facebook), pois já alteraram tudo. Ele (o ladrão) está ameaçando meus amigos! E a polícia não pode ir atrás e descobrir de onde este bandido está falando? Ele está destruindo a minha vida! Por que não podem resolver sem uma ordem judicial? É impossível uma situação destas.