Um segurança admitiu ter sido o autor do tiro que matou um jovem de 18 anos durante confusão na saída de uma festa em Encantado, no Vale do Taquari. Ele se apresentou à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Lajeado ainda no sábado, mesmo dia do assassinato de Alyson Moraes Spegiorini. O homem foi liberado após prestar depoimento junto com outro segurança da boate.
A arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi entregue e passará por perícia. O delegado Silvio Kist Huppes, titular da delegacia de Encantado, assumiu hoje a investigação, que havia sido iniciada pela delegacia de plantão. Ele passa a analisar possíveis medidas contra os seguranças e preferiu não comentar a decisão do delegado Mauro Mallmann quanto a liberação do autor do tiro.
O revólver usado pelo segurança, de 24 anos, está registrado no nome de uma empresa de segurança de Porto Alegre. O delegado confirmou que o autor não possuía porte de armas. De acordo com o depoimento, o tiro teria sido disparado para cima e atingido a cabeça da vítima.
Sobre o motivo de o segurança não ter sido preso, o chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Émerson Wendt, afirma que quando um criminoso se apresenta de forma espontânea, não há a possibilidade de prisão em flagrante. – Isso não quer dizer que a autoridade policial não possa pedir prisão preventiva. É isso que o delegado titular está fazendo agora – afirmou.
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O assassinato
O crime ocorreu por volta das 4h30 deste sábado. Conforme a Polícia Civil, jovens tentavam reingressar em uma festa após irem em um um posto de combustíveis comprar bebidas. O estabelecimento fica próximo da casa noturna, no Centro de Encantado. Dois seguranças impediram, seguindo as regras da casa noturna. Teve início uma confusão, que culminou em pelo menos um tiro disparado pelo segurança.
Já o relato da namorada para a família dá conta de que o jovem estaria em um local próximo à festa quando percebeu uma confusão na saída da boate. Ele teria então pedido à namorada que o aguardasse onde estava e foi até o local para ver o que acontecia. Conforme a namorada relatou à família, um dos seguranças então teria disparado para o alto, atingindo o jovem no rosto.
Uma ambulância do Samu foi depredada por populares, que questionavam o motivo de os socorristas não levarem o jovem para um hospital. No entanto, segundo o soldado da Brigada Militar Gustavo Pysklevitz, ouvido por Zero Hora, Spegiorini já estava morto naquele momento. A fachada do estabelecimento também foi danificada. Policiais usaram balas de borracha para dispersar a população da frente da boate.
Imagens de câmeras de segurança serão analisadas para confirmar exatamente o que ocorreu.
Alyson cursava o 3º ano do ensino médio em Encantado.