Um ato contra o impeachment de Dilma Rousseff, agora ex-presidente da República, foi marcado por vandalismo na sede do PMDB, na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre. A manifestação começou na Esquina Democrática, no centro da Capital, e percorreu diversas ruas da cidade de maneira pacífica até chegar em frente ao diretório do partido do presidente Michel Temer, onde houve depredação e objetos foram queimados no asfalto. Um contêiner de lixo foi queimado e deixado no local.
O grupo arrombou uma cortina de ferro da fachada do prédio, entrou em um corredor que dá acesso à sede do partido e quebrou as janelas localizadas à direita, onde fica a sala de reuniões. Os vândalos tentaram atear fogo usando um contêiner de lixo, que foi empurrado para o corredor da sede. Os bombeiros foram chamados e o fogo apagado assim que o grupo se dispersou.
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A Tropa de Choque da Brigada Militar, que acompanhava o ato, usou bombas de gás e efeito moral para dispersar a multidão. Centenas de pessoas participaram da manifestação desta quarta-feira, mas ainda não há uma estimativa oficial da polícia. A assessoria de imprensa da Central Única dos Trabalhadores do Estado (CUT/RS) afirmou que cerca de 10 mil pessoas participaram do ato.
Depois da confusão na sede do PMDB, o grupo seguiu a caminhada com faixas e gritos de "Fora Temer" e conduzindo um caixão de papelão preto com a palavra "democracia". Em seguida, o ato ingressou na Avenida Ipiranga, em direção à sede do Grupo RBS, na esquina com a Avenida Erico Verissimo.
Os manifestantes jogaram pedras contra a Brigada Militar e queimaram pneus em frente ao prédio de Zero Hora. Um veículo da Rádio Gaúcha foi atingido por pedradas.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar auxiliam motoristas com eventuais bloqueios em função do protesto contra o impeachment de Dilma.
Após a confusão, os manifestantes se dirigiram em direção ao bairro Cidade Baixa, onde se concentraram no Largo Zumbi dos Palmares. No local, alguns participantes do protesto criaram outros focos de incêndio. Por volta das 21h30min, eles começaram a dispersar, e a manifestação perdeu força.
PMDB classifica ato de "barbárie"
Em nota assinada pelo presidente do diretório municipal do PMDB, Antenor Ferrari, ao partido afirma que "fará todos os esforços para que esse ato de barbárie seja apurado e seus responsáveis sejam punidos com o rigor da lei". De acordo com a legenda, os bombeiros foram acionados para apagar as chamas, que não se espalharam para o imóvel.
"Nunca, desde o fim do regime militar, as instalações de um partido político haviam sido violadas sob pretexto político. E nem mesmo durante a ditadura, o arbítrio foi capaz de atear fogo numa sede partidária", diz o PMDB, que conclui: "no regime democrático a disputa política não pode tolerar a violência e o crime".
Comemorações no Parcão
Cerca de 50 pessoas se reuniram no início da noite desta quarta-feira no Parcão, em Porto Alegre, para comemorar o impeachment de Dilma Rousseff. Com instrumentos musicais, bandeiras e usando roupas nas cores do Brasil, os manifestantes entoaram diversos cânticos contrários a Lula e ao PT – curiosamente, nenhum deles exaltando a figura do agora presidente da República, Michel Temer.
Convocada para as 18h, a manifestação perdeu força por volta das 21h, quando poucos permaneciam no local. A comemoração foi bastante saudada, com buzinas, por motoristas que transitavam entre a Rua Mostardeiro e a Avenida Goethe. Em meio às cornetas, sinalizadores e alguns fogos de artifício, somente eventuais gritos de "golpistas!" e um irônico "agora a crise acabou, né?" de quem passava pelo local quebraram, momentaneamente, o protesto pacífico.
*Zero Hora