Leonor Pinceta, 47 anos, passou a tarde no Hospital de Pronto-Socorro acompanhando o estado de saúde do marido, o policial militar aposentado Roberto Pinceta, 52 anos, baleado em um assalto na manhã desta quarta-feira, na zona sul de Porto Alegre.
Apesar de abalada, ela conversou com a reportagem. A esposa, que é funcionária da Susepe, fez questão de ressaltar a dedicação do marido ao longo dos 30 anos em que ele atuou como policial militar e pediu oração.
_ É um momento tão difícil, ver uma pessoa se dedicou durante 30 anos à profissão e, graças ao bom Deus, nunca aconteceu nada. É muito triste ver como ele está hoje. Vou rezar a Deus para que ele melhore e fique bem. Peço de coração a todos que puderem rezar para ele sair dessa _ pediu Leonor.
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Faz dois anos que Pinceta se aposentou, após completar 30 anos de carreira. Segundo a esposa, ele queria continuar na ativa, mas parou de trabalhar para cuidar da mãe que adoeceu.
_ Ele ama a função, sempre trabalhou com muito amor e carinho _ contou a esposa.
Os companheiros de trabalho confirmam o mérito do policial. Segundo o major Mario Augusto Ferreira da Silva, que trabalhou por duas décadas com Pinceta no Batalhão de Operações Especiais (Boe), disse que ele se aposentou com a patente de tenente.
_ Ele participou de patrulhas especiais e foi um exemplo durante o tempo em que atuou aqui. Ajudou, inclusive, a formar novos policiais. O que aconteceu nos chocou muito, esperamos que ele saia dessa _ torceu o militar.
Segundo a esposa, Roberto estava sedado na tarde desta quarta-feira e o projétil que o atingiu na cabeça ainda estava alojado. Ele precisará passar por cirurgia.
O assalto
Pinceta foi abordado por um assaltante a pé quando manobrava o carro, um Prisma azul, na Avenida Otto Niemeyer, próximo ao cruzamento com a Avenida da Cavalhada. Ele foi alvejado pelo criminoso e, em seguida, levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde permanece em atendimento. O assaltante fugiu sem levar nada.
O carro foi encontrado como se estivesse estacionado no momento do crime. No entanto, a Polícia Civil não soube afirmar se a vítima estava dentro ou fora do veículo quando ocorreram os disparos. Do lado de fora do carro, foram encontradas marcas de sangue. A arma do policial aposentado não foi levada.
O delegado Luciano Coelho, da 13ª Delegacia de Polícia, investiga o caso como tentativa de latrocínio. Ainda não se sabe o motivo de o policial ter parado o carro naquele ponto da rua. Porém, o delegado ressalta que o espaço normalmente é utilizada como retorno pelos motoristas. Policiais amigos de Roberto também acreditam que ele estivesse manobrando para retornar.