A Justiça mandou soltar nesta segunda-feira 18 dos 27 manifestantes detidos no domingo pela Polícia Militar no protesto contra o presidente Michel Temer na capital paulista. A decisão ocorreu em audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Todos os manifestantes soltos são maiores.
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No momento em que deixaram o fórum, eles foram saudados por um grupo de cerca de 30 pessoas, que, juntos com os jovens soltos, gritaram "fora, Temer", e "não tem arrego".
– O Poder Judiciário entendeu que essa decisão foi ilegal. O juiz relaxou a prisão ao entender que não houve cometimento de crime nenhum por parte das pessoas que estavam detidas hoje – disse o advogado ativista Marcelo Feller.
De acordo com ele, a partir da decisão, os jovens não responderão mais ao processo criminal, mas poderão continuar a ser investigados.
– Nas palavras do juiz, ele disse que vivemos, independentemente de entendimentos políticos de todos, dias tristes para nossa democracia, e disse textualmente: triste do povo em que seus cidadãos têm que aguentar as coisas de boca fechada – disse Feller, que acompanhou a audiência de custódia.
Segundo uma manifestante que se identificou como Sofia, uma das detidas, apesar de a prisão ter ocorrido por volta das 15h30min, até as 5h não havia sido informado a eles o motivo da detenção.
– Foi tudo um grande abuso de poder, todo mundo falando que eram ordens superior. Forjaram provas e ainda puseram armas (brancas) falando que tínhamos que dizer que eram nossas.
De acordo com Sofia, no momento em que foram presas, as mulheres detidas foram obrigadas a se dirigirem ao banheiro da estação de metrô Vergueiro e a ficarem nuas para serem revistadas por policiais femininas.
– Durante o enquadro, um policial começou a me revistar e me disse: você eu conheço. E me deu um soco na minha costela e na sequência e ele pegou uma barra de ferro azul entortada, e disse: ela é sua. E no boletim consta como se a barra fosse minha. Diz que estava na minha mochila. E eu nem tinha mochila", disse um dos detidos que se identificou como Gabriel.
Em coletiva de imprensa, o comandante do Policiamento da Capital, Dimitrios Fyskatoris, defendeu a atuação da PM e disse não reconhecer nenhum excesso da tropa.
*Agência Brasil