O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul esteve reunido nesta quinta-feira (8) com o vice-governador. O desembargador Luiz Felipe Silveira Difini foi quem pediu o encontro com José Paulo Cairoli. Na pauta, a crise na segurança pública. Difini colocou o TJ à disposição do Executivo para ajudar no que puder.
"Reconhecemos que o Poder Executivo é quem tem o protagonismo e cabe a ele a chefia da Polícia Civil, o comando da Brigada Militar, a chefia da Susepe. Mas queremos que aquilo que está nas nossas atribuições prestar a maior colaboração possível para que essa demanda, que é de toda a sociedade gaúcha, possa ser conduzida a um bom termo".
Difini lembrou que o TJ já está contribuindo de forma prática com o Governo, repassando, por exemplo, valores referentes a penas pecuniárias, que chegaram a cerca de R$ 10 milhões no último ano. Uma demanda que já havia sido encaminhada ao ex-secretário Wantuir Jacini, foi reforçada nesta quinta-feira a Cairoli, que é a conclusão do complexo prisional de Canoas.
"Que é um presídio que está praticamente pronto, mas falta uma rede de água e esgoto e falta pessoal. Que a abertura disso deve ter a maior urgência possível. Essa situação já perdura um ano e meio e só faltam essas obras complementares de uma casa que já foi até inaugurada e não se pode ocupar".
Luiz Felipe Silveira Difini é morador de Porto Alegre. Perguntado se sentia-se seguro para andar nas ruas da capital, o desembargador foi direto.
"Eu acho que hoje as pessoas, de forma geral, não estão se sentindo seguras. Há um sentimento de insegurança na sociedade rio-grandense".
Difini lembrou que a implantação das audiências por videoconferências pelo Tribunal de Justiça é uma medida para amenizar os problemas no sistema prisional, mas que resolvem. Lembra que 70% das audiências são frustradas pelo não comparecimento dos presos.
O presidente do Tribunal de Justiça pediu a reunião com Cairoli, porque estava com ele a coordenação do gabinete de crise na segurança. Disse que o vice-governador adiantou que o novo secretário da Segurança Cezar Schirmer pretende fazer uma visita assim que possível à Presidência do TJ.
Sobre a crise nas finanças do Estado, Difini disse que o assunto não foi tratado. Mas para o desembargador, não pagar o salário em dia dos servidores, como os da área da segurança, por exemplo, tem efeitos diretos no clima de insegurança que o gaúcho vive.
Difini lembrou ainda que em função do congelamento do orçamento do Judiciário, a corte precisou fazer uma série de cortes.