Após a situação da segurança tornar-se insustentável no Rio Grande do Sul, com números alarmantes de latrocínio – o crime que mais cresce no Estado – e a morte emblemática da mãe que buscava o filho na escola, o governador José Ivo Sartori solicitou, junto ao presidente interino, Michel Temer, a vinda de um efetivo da Força Nacional para atuar ao lado da polícia estadual.
A chegada de 120 agentes está prevista para a tarde deste domingo, entre 16h e 17h. Eles partiram do Rio de Janeiro em 30 viaturas, que serão utilizadas durante as atividades na Capital, e serão incluídos no time da Operação Avante – criada para combater o crime em Porto Alegre. Outros 30 homens serão incorporados ao grupo esta próxima semana.
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Entenda como vai atuar a Força Nacional no RS:
Os policiais vão atuar sozinhos ou com a Brigada Militar (BM)?
Eles serão incorporados ao efetivo da Operação Avante, que já está trabalhando em Porto Alegre. Esses militares não serão enviados ao interior do Estado. As ações da Operação Avante são planejadas com base em indicadores de criminalidade obtidos por meio do Programa Avante. Assim, a polícia prioriza o emprego de PMs de acordo com os dias e horários de maior incidência dos crimes.
Quais serão as atividades designadas ao efetivo da Força Nacional?
A Força Nacional vai atuar nas ruas, em pontos-chave, trabalhando em abordagens e barreiras.
Quais as características tradicionais na atuação das Forças Nacionais? Haverá mudanças para a operação em Porto Alegre?
Os agentes atuam de maneira conjunta, com a força de três ou mais viaturas em comboio. Como não haverá gaúchos no efetivo (que já tenham conhecimento da área), será incorporado a esse grupo uma viatura da BM. O objetivo é conhecer a cidade, saber transitar, conhecer os principais pontos de atuação. As missões serão pré-definidas no dia anterior. Também haverá postos-base (PBs) em locais estratégicos durante os horários de pico.
Como distinguir os policiais da Força Nacional dos brigadianos?
Os militares usam uma farda camuflada e uma boina cor de vinho.
Onde eles ficarão alojados?
Logo após a chegada na Capital, os policiais serão instalados no complexo de quartéis do bairro Praia de Belas, na área do 1º e 9º batalhões da BM, onde devem permanecer durante o período em que ficarão no Estado.
Quando começarão a atuar?
A partir de segunda-feira serão repassadas as instruções aos militares. A previsão é de que entre segunda e terça-feira eles já estejam nas ruas.
Quanto tempo permanecerão no Rio Grande do Sul?
Ainda não está definido. A lei prevê que a Força Nacional permaneça em operação por 90 dias, tempo que pode ser renovado conforme a situação.
A quem vão obedecer?
Serão subordinados à Brigada Militar e comandados por um major, uma vez que o tenente-coronel Aragon, que chefia a Força Nacional, estará gerenciando as operações da Paraolimpíada, no Rio de Janeiro.
De quem é a palavra final em uma ocorrência?
Da Brigada Militar. Além disso, o encaminhamento administrativo e judiciário, a burocracia decorrente da ação, será da BM.
A segurança dos presídios será afetada?
A força tarefa que compreende o Presídio Central e a Penitenciária do Jacuí permanece inalterada. Nesses dois presídios, a BM tem a administração interna e a guarda externa.
Além da vinda da Força Nacional, a Brigada tem alguma proposta para minimizar o problema da segurança?
De acordo com o coronel Alfeu Freitas, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, a BM apresentou ao vice-governador, José Paulo Cairoli – que comanda as ações do comitê de segurança no Estado –, algumas questões que giram em torno do efetivo. Uma das ideias é que os policiais de reserva, que já se aposentaram, retornem à corporação para atuar diretamente na patrulha escolar.