O policial militar aposentado Ronaldo dos Santos, de 52 anos, denunciado como executor da chacina que dizimou cinco pessoas da mesma família na Capital, incluindo o próprio filho recém-nascido, deve ser transferido do Presídio Policial Militar para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
A promotora Sônia Mensch pediu a transferência após descobrir uma tentativa de fuga inédita. Segundo o inquérito da Polícia Civil, Ronaldo pediu aos guardas uma barra de ferro para supostamente se exercitar dentro da cela. Mas o instrumento estava sendo utilizado para abrir espaço na grade.
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– Faltou preocupação com a segregação do preso. O presídio militar não tinha condições de mantê-lo ali, até pela gravidade do crime, por isso pedi a transferência para uma unidade de segurança máxima – destacou a promotora.
O pedido está sendo analisado pelo juiz Felipe Keunecke de Oliveira, da 2ª Vara do Júri.
Denúncia
Ronaldo está preso desde 9 de junho. Ele foi denunciado por cinco homicídios qualificados contra Luciane Felipe Figueiró, 32, com quem teve um filho, o próprio filho recém-nascido, a mãe dela, Lourdes Felipe, 64, o irmão dela Walmyr Felipe Figueiró, 29, e outro filho dela, de cinco anos, João Pedro Figueiró.
Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição dentro de casa. Quatro das vítimas foram executadas com um tiro de revólver calibre 22 na cabeça. A perícia concluiu que o recém-nascido morreu por asfixia, que pode ter sido provocada por inalação de gás ou por ter ficado sob o corpo da mãe.
– O denunciado matou Miguel Felipe Figueiró (bebê) por asfixia, ao acionar o gás do fogão deixando um queimador ligado e a casa toda fechada. Pretendendo que a vítima morresse, a abandonou a própria sorte, sabendo que, se a mesma não viesse a morrer por sufocação pelo gás, morreria de inanição, uma vez que os responsáveis pelos cuidados e proteção encontravam-se mortos – diz a denúncia.
Ronaldo ainda não tem defesa constituída e negou participação no crime em depoimento à polícia.
Contraponto
A reportagem entrou em contato com o Presídio Policial Militar para ouvir a versão da instituição. Um dos oficiais responsáveis, tenente Júlio Cesar Alexandre Padilha, disse que a unidade não iria se manifestar sobre o caso.