Cinco dos seis adolescentes suspeitos de depredarem a Escola Estadual Erico Verissimo, no Bairro Jardim Carvalho, na Zona Leste de Porto Alegre, foram apreendidos e levados para o Centro de Internação Provisória Carlos Santos, da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), no fim da tarde desta quarta-feira.
Os mandados de internação provisória foram expedidos pela juíza Cristiane Hoppe, do Juizado da Infância e Juventude, pela prática de furto qualificado, dano ao patrimônio público e formação da quadrilha.
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Os garotos têm entre 12 e 17 anos e foram ouvidos durante audiência na tarde desta quinta-feira. A internação provisória, que dura em torno de 45 dias, é o prazo que Justiça tem para sentenciar a medida socioeducativa dos adolescentes infratores, que pode seguir com a internação ou progredir para medidas em liberdade.
O delegado responsável pela investigação, Raul Vier, havia representado pela internação dos seis adolescente. Porém, para um deles, o promotor José Quintana entendeu que não havia elementos suficientes que justificassem a internação. Dois deles se apresentaram na delegacia com advogado já constituído. A defesa dos demais deve ser representada pela Defensoria Pública. Nenhum dos adolescentes tinha passagens por atos infracionais.
Segundo o delegado, os garotos disseram em depoimento que depredaram a escola por vingança. Eles teriam recebido advertência da direção por invadirem a unidade em ocasiões anteriores. Com os infratores, a polícia apreendeu tênis sujos com o mesmo pó químico de extintores utilizados na depredação da escola e objetos furtados. Dois violões da aula de música foram recuperados.
Volta às aulas incerta
Quase duas semanas após o vandalismo que atingiu cerca de 30 salas de aula, a Secretaria Estadual de Educação corre contra o tempo para recuperar a escola durante as férias de julho. Uma empresa especializada em produto tóxico está fazendo a limpeza das salas. O prédio onde funciona a área administrativa já voltou a funcionar. Porém, a empresa acredita que levará mais três semanas para deixar todas as salas em ordem.
Por isso, os alunos da Erico não devem retomar as aulas junto com as demais escolas na primeira semana de agosto. Mas, a expectativa da direção é ir retomando as turmas conforme as salas forem liberadas. Em uma avaliação prévia, a secretaria acredita que não haverá necessidade de utilizar toda a verba de emergência no valor de R$ 150 mil.
Entenda o caso
O arrombamento da Escola Erico Veríssimo foi percebido no dia 18 de julho. Salas de aula foram arrombadas e diversos materiais foram quebrados. Segundo a polícia, o grupo depredou a escola como represália a punições administrativas aplicadas em três deles pela direção do colégio.
O colégio atende 500 alunos. A depredação, segundo a Secretaria Estadual da Educação, custará R$ 150 mil.
A instituição já havia fechado as portas várias vezes este ano por conta dos tiroteios por causa do tráfico de drogas desde novembro do ano passado.