Em depoimento à polícia, o adolescente de 14 anos que confessou ter matado Rodrigo Maciel Gonçalves, 17 anos, para roubar seu celular, no bairro Humaitá, em Porto Alegre, disse que o tiro foi acidental. O garoto se apresentou na 4ª Delegacia de Polícia junto da mãe na noite de terça-feira, depois de passar pelo Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), foi encaminhado à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase).
De acordo com o delegado Cléber Ferreira, o jovemconfessou que ele e um comparsa, também adolescente, tentaram assaltar Rodrigo e dois amigos no final da tarde de segunda-feira. Disse que estava com a arma engatilhada e que o outro suspeito bateu nele sem querer, provocando o disparo.
– Ele disse que a intenção dele não era atirar. Mas evidentemente que foi voluntário – afirma Ferreira, com base nos relatos dos amigos de Rodrigo.
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Provavelmente um revólver de calibre pequeno, a arma que matou o estudante de Administração ainda não foi identificada, pois depende de análise da perícia. O suspeito disse que jogou a arma no Guaíba após o crime.
Com antecedentes por furto e posse de drogas, o adolescente foi identificado por uma testemunha na terça-feira. Procurado em casa, nas proximidades da Arena do Grêmio, a mãe dele disse à polícia que, após o assassinato, o filho passou em casa, trocou de roupa e saiu. À noite, ela o acompanhou até a delegacia.
O garoto, no entanto, não entregou quem foi seu comparsa no latrocínio (roubo com morte). Disse à polícia que foi ameaçado de morte caso revelasse a identidade. Os investigadores já têm suspeitos e acreditam que também se trata de um adolescente.
O crime
O adolescente de 14 anos, que estava de bicicleta, teria sido o responsável pelo tiro que atingiu o tórax de Rodrigues. Em depoimento, os dois amigos que estavam no Parque Mascarenhas de Moraes, no bairro Humaitá, com a vítima no momento da abordagem relataram que os suspeitos teriam dito apenas "Por que está me olhando? Não me olha" e "Passa tudo". Logo após, ocorreu o disparo.
Ao ser atingido no tórax, Rodrigo caiu ao chão. Os amigos tentaram socorrê-lo e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ele não resistiu e morreu no local. O parque fica a apenas 50 metros de sua casa. Os amigos contaram, ainda, que já tinham visto os dois suspeitos andando pela região.