O Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) localizou e apreendeu na tarde desta quarta-feira o segundo suspeito de envolvimento no assassinato de Rodrigo Maciel Gonçalves, 17 anos, morto com um tiro no tórax na segunda-feira, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. Conforme a delegada Adriana Regina da Costa, o garoto, também com 17 anos, foi detido em sua casa, no mesmo bairro onde o crime foi cometido.
– A Justiça liberou a internação e já estamos encaminhando ele para a Fase.
Em depoimento, o menino confirmou a participação no crime, investigado como latrocínio (roubo com morte). Ele também foi reconhecido por testemunhas e a polícia o identificou por meio de investigação. O comparsa, de 14 anos e que seria o autor do disparo havia se negado a revelar o nome do parceiro.
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O suspeito de 17 anos não deu detalhes sobre como teria acontecido o disparo que atingiu Rodrigo. O comparsa havia justificado, na noite de terça-feira, quando se apresentou à 4ª Delegacia de Polícia e confessou o crime, que a arma estava engatilhada no momento da abordagem e que o tiro foi desferido acidentalmente.
O calibre da arma usada no crime, que segundo os suspeitos foi jogada no Guaíba, ainda depende do laudo de balística para que seja identificado.
– Investigamos como latrocínio e eles estão internados por isso – afirma a delegada, justificando que a investigação não trata do caso como "acidente".
O crime
Rodrigo foi morto com um tiro no tórax no final da tarde de segunda-feira no Parque Mascarenhas de Moraes. Ele passava pelo local, que fica a 50 metros de sua casa, com dois amigos, após terem ido a uma padaria. O trio foi abordado por dois adolescentes – um a pé e outro que estava em uma bicicleta.
Um deles, de 14 anos e apreendido pela polícia na terça-feira, desferiu o tiro que atingiu Rodrigo. Os amigos tentaram socorrê-lo e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ele não resistiu e morreu no local.
Em depoimento, os dois amigos que estavam com ele no momento da abordagem relataram que os suspeitos teriam dito apenas "Por que está me olhando? Não me olha" e "Passa tudo". Logo após, ocorreu o disparo.