Acompanhado de um casal de amigos e vizinhos, Rodrigo Maciel Gonçalves morreu com um tiro no tórax no final da tarde desta segunda-feira, a apenas 50 metros de casa, em um condomínio no bairro Humaitá, em Porto Alegre. Depois de passar cerca de uma hora e meia no Parque Mascarenhas de Moraes, eles tinham ido a uma padaria, onde haviam comprado pão de queijo, e voltavam para os condomínios de casas onde moram quando foram vítima de uma tentativa de assalto que culminou no assassinato de Rodrigo.
Aos 17 anos, o adolescente, que estava apenas "começando a vida", segundo um tio, cursava o primeiro semestre do curso de Administração, no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter).
– Ele estava começando a faculdade, começando a vida. Um guri de ouro, que não tinha inimigos, que era querido por todos – descreve Eduardo Soares Maciel, 48 anos, servidor público municipal e tio do menino.
Rodrigo foi surpreendido por dois jovens. Um deles teria dito "passa tudo", enquanto o outro, de bicicleta, ameaçou "por que está me olhando? Não me olha" e, em seguida, teria atirado na direção do estudante. Pelos relatos das testemunhas, a polícia investiga a morte de Rodrigo como latrocínio (matar para roubar) e trabalha para identificar os suspeitos.
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Mesmo sem presenciar a cena, Maciel disse ter certeza de que Rodrigo não reagiu à abordagem.
– Ele pode ser feito, no máximo, um gesto de surpresa. Mas a gente sempre conversava com ele sobre segurança, sempre dizia: "Não é pra reagir, é pra entregar". Ainda mais ali no Humaitá. Hoje, todo cuidado é pouco – afirma Maciel.
Após ser atingido pelo disparo, Rodrigo caiu ao chão e os dois suspeitos fugiram, sem levar nada. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu, mas não resistiu ao ferimento. O corpo está sendo velado no Cemitério Parque Jardim da Paz, na Lomba do Pinheiro. O enterro está marcado para as 15h.
Rodrigo se dividia entre a casa da mãe, Karina Soares Maciel, funcionária da Superintendência de Portos e Hidrovias, e do pai, Carlos Eugênio Azevedo Gonçalves, coordenador do setor administrativo da superintendência de Comunicação Social e Cultura da Assembleia Legislativa gaúcha. Ele ainda deixa duas irmãs mais velhas.
Segundo o tio, Rodrigo estava "dando força" e "sendo o companheiro dela" desde que o segundo marido de Karina morreu, por consequências de hepatite, há cerca de um mês.