Três anos depois, o homem acusado de esfaquear o advogado José Augusto Amorim em maio de 2013, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, foi condenado a 12 anos de prisão, em regime fechado, pelo Tribunal do Júri. A sentença dos jurados foi dada pela juíza Cristiane Busatto Zardo, por volta das 18h desta terça-feira, mais de oito horas após o início do julgamento de Rodrigo Borges Pereira.
Entre as justificativas para sustentar a acusação, a promotora Andréa de Almeida Machado afirmou que o condenado já possuía antecedentes por ameaças a vizinhos, com "dezenas de ocorrências" na polícia, e também responde a outro processo por tentativa de homicídio por ter esfaqueado o rosto de um colega de trabalho.
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– Os jurados condenaram por tentativa de homicídio duplamente qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil. A pena foi fixada em 18 anos, reduzida em um terço pela tentativa, ou seja, a pena definitiva ficou em 12 anos. Por não terem sido alterados os fatos (apresentados na denúncia), a juíza não concedeu o direito de responder em liberdade – explica Guilherme de Mattos Fontes, assistente de acusação.
Em interrogatório na 2ª Vara do Júri da Capital, Pereira alegou que não conhecia a vítima e que está preso injustamente. Até o momento da publicação desta reportagem, a defesa não havia sido localizada para comentar se recorreria da condenação.
Desentendimento poderia ter motivado crime
A investigação apontou que o motivo do crime foi um desentendimento entre os dois, dias antes do fato. Amorim teria avistado o agressor com uma faca na cintura, nas proximidades da Rua Sofia Veloso, no bairro Cidade Baixa, onde ambos moram.
Passados alguns dias, conforme a polícia, Amorim se deparou novamente com Pereira na mesma rua, dessa vez sem a faca, e o questionou sobre o fato de andar portando o objeto. O homem desconversou.
Em 4 de maio de 2013, por volta das 18h, Pereira atacou Amorim pelas costas enquanto ele caminhava na Redenção. O condenado deu uma "gravata" no pescoço da vítima e depois a esfaqueou na cabeça.
O advogado José Augusto Amorim segue em recuperação neurológica devido à dificuldade para movimentação.
*Zero Hora