A adolescente de 16 anos que sofreu um estupro coletivo no Rio de Janeiro prestou depoimento à polícia nesta quinta-feira. Conforme a revista Veja, que teve acesso às declarações da garota, ela conta que foi abusada por diversos homens em uma comunidade do bairro de Jacarepaguá, no último sábado. O estupro foi praticado dentro do Morro da Barão, na Praça Seca, e um vídeo expondo-a, após ser violentada, foi publicado na internet.
A garota relatou à polícia que saiu na madrugada de sábado para encontrar um rapaz de 19 anos, apelidado de Petão, com quem se relaciona há três anos. Depois de entrar na casa dele, ela disse que só se lembra de ter acordado no domingo em outra moradia, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas à sua frente. Ela afirmou que estava dopada e nua, e que vestiu uma roupa masculina e pegou um táxi para casa – a tarifa foi paga por sua mãe.
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No depoimento, a adolescente afirmou ainda que tem sentido fortes dores internas e que está profundamente abalada. A garota será ouvida novamente para ajudar na identificação dos agressores. À polícia, ela admitiu ser usuária de ecstasy e cheirinho da loló, mas disse não ter consumido nada na noite das agressões, pois estaria há um mês sem usar as substâncias.
Dois homens que postaram o vídeo na internet foram identificados. Um terceiro, que fez uma selfie com a garota estirada na cama após o estupro, também está sendo procurado. O delegado Alessandro Thiers pede a quem tenha qualquer informação que possa auxiliar na identificação dos autores que entre em contato por meio de seu e-mail: alessandrothiers@pcivil.rj.gov.br.
Investigação
Quanto ao vídeo postado na quarta-feira no Twitter, as investigações são feitas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro (DRCI). As imagens mostram a menina desacordada. Na gravação, um homem diz que "uns 30 caras passaram por ela". Militantes feministas levaram o caso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), e foi feita uma denúncia anônima com o vídeo, além de capturas de tela das redes sociais.
A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter, após uma série de denúncias. A Safernet, organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, pede que as imagens não sejam compartilhadas para não expor ainda mais a vítima, e diz que também está tomando providências.