O Rio Grande do Sul atingiu número recorde de presos em 2016, quando foram contabilizados, nesta semana, 34.152 detentos nos regimes fechado, semiaberto e aberto. A contagem da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) é feita desde o ano de 1987 e, desde então, o número máximo tinha sido atingido em 2010, quando 30.543 pessoas se encontravam recolhidas no sistema prisional. O Presídio Central de Porto Alegre escancara a superlotação das cadeias ao atingir, neste ano, sua lotação histórica, com mais de 4,6 mil apenados. O número é 2,5 vezes superior do que a capacidade, fixada em 1.824 presos. As informações são da Rádio Gaúcha.
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O sistema prisional do Estado possui vagas para 23.233 presos, mas, devido à superlotação, a Justiça aumentou para 25.896 vagas nas penitenciárias. Com isso, o déficit hoje é de aproximadamente 10 mil vagas. Em 1987, havia 6.064 presos e, somente em 2010, se atingiu o número mais elevado de detentos no Estado.
Autoridades destacam que, além do aumento da criminalidade e da população gaúcha, a falta de vagas e a elevação do número de prisões são os principais fatores para este recorde de apenados no Estado. O tráfico de drogas também é considerado um contribuidor da superlotação, pois é um dos crimes que mais gera prisões. Além disso, a Susepe constatou que aumentou nos últimos anos o contingente de mulheres presas. A construção de novos presídios não é a única solução para este problema, conforme especialistas, mas a Penitenciária de Canoas poderá minimizar o atual déficit de vagas.
– Evidentemente, nós temos dificuldades em vagas, há uma superlotação, que não é só aqui, é em todo o Brasil. Tradicionalmente no Brasil não se investiu em presídios. Aqui está em via de conclusão o presídio de Canoas, que até já inauguramos um módulo de 400 vagas – disse o secretário da Segurança do Rio Grande do Sul, Wantuir Jacini.
Ele explicou que as polícias estão prendendo mais criminosos, ao passo em que os presídios têm um número limitado de vagas:
– Para se construir mais vagas, demanda-se em algum tempo. Mas tem 2,4 mil vagas em obras que estão sendo finalizadas. Assim que isso acontecer, vai servir de alívio para a grande população carcerária que tem aqui no Rio Grande do Sul – complementou.
A Susepe disse que não irá comentar o caso, pois a sua função é apenas acolher os condenados.