Uma operação da Polícia Civil pode ter evitado que um funcionário de banco fosse sequestrado na manhã desta sexta-feira, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Seis suspeitos – entre eles dois adolescentes – foram presos com três toucas ninja, lacres (espécie de algema), fita adesiva e dois revólveres calibre 38.
A quadrilha estava sendo monitorada por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e, segundo a investigação, planejava sequestrar um bancário e talvez familiares para roubar um banco ou então praticar extorsão. A localização e a bandeira da agência não foram divulgados para preservar a identidade do funcionário, ele diz apenas que fica em Porto Alegre.
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Informações indicavam que os suspeitos estavam em dois carros, um Celta branco com placas de Lajeado, que foi localizado na Rua Mucio Teixeira, e um Fox prata, de Porto Alegre, que estava a cerca de uma quadra, na Rua Costa. Por volta das 7h, equipes distintas abordaram os veículos.
– No Celta, um único ocupante desceu e se rendeu. No Fox, o motorista ameaçou acelerar quando uma viatura identificada se aproximou. Então, os agentes dispararam contra o pneu do carro, para pará-los – conta o delegado João Paulo de Abreu, titular da 1ª Delegacia de Repressão a roubos do Deic.
De acordo com o delegado Joel Wagner, titular da Delegacia de Roubos do Deic, os suspeitos estavam armados, mas não reagiram com tiros.
– Atiramos de forma técnica para evitar uma fuga, eventual perseguição ou tiroteio, que, aquela hora da manhã (por volta das 7h), poderia causar problemas muito maiores em um bairro de grande movimentação – afirma Wagner.
Dois adolescentes foram apreendidos e encaminhados à Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes (Deca). Quatro adultos – dois de 24 anos, um de 34 e outro de 36 –, com antecedentes por furto, extorsão, tráfico de drogas, roubo, clonagem, homicídio, entre outros, foram presos em flagrante. O nome deles não é divulgado, segundo o delegado, porque há suspeita de que outras pessoas estejam envolvidas, o que poderia atrapalhar o andamento das investigações.
Segundo Wagner, a partir da prisão, começa um "trabalho mais rebuscado", que é tentar identificar se os suspeitos praticaram outros crimes contra instituições financeiras e se estão envolvidos em outros esquemas criminosos, principalmente vinculados ao tráfico. Até agora, ele destaca o trabalho feito pelos agentes.
– Esse tipo de ação é muito importante, porque um sequestro é um tipo de crime muito traumático, que deixa muitas sequelas em toda uma família – aponta Wagner.