A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira uma operação para mapear casas construídas sobre dunas na praia do Cassino, em Rio Grande, zona sul do Estado. A ação verificou a área e irá apurar as ocorrências de crime ambiental e de invasão de terras da União.
Algumas são casas simples. Outras, grandes, utilizadas no período de veraneio. Segundo o delegado Gabriel Leite, que conduz os trabalhos, muitas pessoas utilizam os terrenos, na extensão de quase 2km do Corredor do Leopoldo, para especulação imobiliária.
Em uma ação que uniu PF, Ministério Público Federal, Advocacia Geral da União, Brigada Militar e Patrulha Ambiental, 60 policiais aplicaram questionários aos moradores para verificar quem eles são e quais os bens arrecadados na propriedade. Também observaram se as moradias são permamentes ou eventuais e se há instalações elétricas.
O delegado informa que as primeiras construções irregulares começaram há cerca de dez anos em uma área que era só de areia, mas hoje está tomada por vegetação. Em um levantamento realizado este ano com apoio da Marinha, foram localizadas cerca de 70 edificações.
- Ninguém tem título de propriedade dessas áreas - afirma ele.
As moradias irregulares, garante, serão analisadas caso a caso. Um dos objetivos da Operação Dunas, também, é impedir novas invasões.
O catador de lixo Luciano Teixeira, que divide a casa com mulher, filho, irmão e primo, está morando no local há um ano.
- Isso que eles fazem com a gente é um horror. A gente só quer um lugar pra morar. Ninguém aqui é bandido. Se nos expulsarem, a gente volta - reclama.