Os dois policiais militares que foram presos na noite de quarta-feira por suspeita de extorsão cobrariam R$ 200 por mês de propina à dona de um estabelecimento na zona norte de Porto Alegre. A informação foi repassada pelo comandante interino do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major André Ribeiro, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira.
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Conforme investigou a Corregedoria da Brigada Militar, o soldado e o sargento do 20º BPM cobravam a quantia para que a dona do bar mantivesse ilegalmente duas máquinas caça-níqueis em funcionamento. A mulher seria parente de um policial militar da reserva. Os nomes dos presos não foram divulgados.
Por algum tempo, equipes discretas da Corregedoria começaram a apurar o caso e a vigiar a dupla. As visitas ao local seriam semanais. A vigilância resultou nas prisões em flagrante na noite de quarta-feira. Até o final desta quinta, a Justiça Militar deverá decidir se irá homologar o flagrante.
O envolvimento destes dois policiais militares com jogos ilegais é apenas a ponta de um iceberg. As máquinas caça-níqueis são uma diversificação nos negócios ilícitos dos banqueiros do jogo do bicho, que rende R$ 500 por minuto no Rio Grande do Sul.
Há muitos décadas, os bicheiros conseguem sobreviver graças a uma rede de proteção, onde a corrupção policial é um dos pilares. Este é um assunto acompanhado por Zero Hora nas últimas décadas. Em 1993, o jornal fez um raio X da situação com a reportagem: Os senhores do jogo do bicho. No ano passado, ZH publicou um outra reportagem:A Reinvenção do jogo do bicho.