A Polícia Civil está fechando o cerco aos contraventores na Capital.
Nos três primeiros meses do ano, uma equipe composta por seis investigadores e um delegado, vinculados à Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, apreendeu 2.563 máquinas em casas clandestinas de jogos - número 83% superior ao registrado em igual período do ano passado, que finalizou o trimestre com 1.399 equipamentos apreendidos.
O incremento das apreensões coincide com a criação de um grupo, coordenado pelo delegado Tiago Baldin, que tem a função exclusiva de reprimir a contravenção.
- Desde outubro, quando assumimos esta função, realizamos operações todos os dias - diz Baldin.
É consenso entre investigadores, delegados e promotores do Ministério Público que atuam na área criminal que a sensação de impunidade colabora para que jogo se revigore no país. Como se trata de um delito de menor potencial, ninguém vai preso operando uma casa de jogo.
Com a ação policial mais intensa, os contraventores têm cometido um outro crime para evitar prejuízos: cárcere privado.
Em duas recentes operações, uma realizada no final da noite de segunda-feira e outra na sexta-feira da semana passada, a polícia localizou 16 pessoas presas dentro das casas durante a abordagem.
- Os contraventores apagam as luzes, desligam o ar-condicionado e mantêm pessoas presas esperando que a polícia não entre nas casas clandestinas. Mas nós vamos continuar fazendo as operações e apreendendo máquinas - avisa o delegado.
No submundo da jogatina, é comum apostadores, muitos viciados, colaborarem com os donos de casas nas batidas policiais mantendo-se em silêncio e até deitando no chão.
- Como as pessoas não querem que as casas sejam fechadas, acabam se prestando a este tipo de coisa - detalha uma promotora com larga atuação na repressão o jogo no Estado.
Na última sexta-feira, porém, a polícia descobriu a presença de 12 pessoas - a maioria idosas, algumas doentes - detidas num ambiente escuro e insalubre durante três horas.
A nova tática dos criminosos também foi flagrada na segunda-feira, num estabelecimento clandestino da Avenida Azenha. Ao entrarem no local, os policiais depararam com quatro clientes em uma peça.
Crime reprimido
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