Alda Silva (*)
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar mais de 700 mil diagnósticos de câncer, sendo 70% em indivíduos das regiões Sul e Sudeste. Segundo o Inca, o câncer de pulmão está entre os tumores malignos que mais vão acometer a população brasileira no triênio 2023, 2024 e 2025.
O câncer de pulmão é o primeiro em incidência e em mortalidade entre os homens. O indicativo dos números e o potencial de letalidade da doença geram alertas como o do Agosto Branco, campanha de conscientização que busca colocar em evidência um problema de saúde pública que requer descoberta precoce e tratamento adequado.
Vale ressaltar que o cigarro e a exposição passiva ao tabagismo, conhecido como fumante passivo, são fatores importantes de risco para o surgimento do câncer de pulmão.
Os números mostram que 85% dos casos estão associados a um perfil de paciente com histórico de consumo de derivados de tabaco. Ainda dentro dos fatores de risco, mesmo o cigarro sendo o principal, a exposição ocupacional pode estar relacionada a até 29% dos casos, de acordo com estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Isso inclui algumas situações em ambientes de trabalho que possam proporcionar o contato, ou a proximidade dos profissionais com agentes químicos com potencial cancerígeno.
Nesse contexto, os fatores genéticos também devem ser considerados para o aumento da probabilidade do desenvolvimento da doença.
Geralmente silencioso, os sinais e sintomas do câncer de pulmão estão relacionados de acordo com a localização do tumor e a extensão da doença. Nos brônquios centrais, as manifestações são escarros com sangue, tosse e pneumonias recorrentes. Dispneia (sensação de falta de ar) e febre também são sintomas que podem estar associados ao câncer de pulmão.
O tratamento do câncer de pulmão depende de uma série de fatores, incluindo o tipo e a localização do tumor, além das condições clínicas do paciente, que deve ser acompanhado, durante toda sua jornada, por uma equipe multidisciplinar.
Nos últimos anos, tivemos avanços significativos a partir da chegada, e da incorporação no SUS, de fármacos que reforçaram o arsenal terapêutico e aumentaram a possibilidade de tratamento mais efetivo contra o câncer de pulmão. No entanto, o custo dessa tecnologia é alto e, nesse sentido, o advento dos medicamentos biossimilares contribuíram nessa luta ampliando o acesso dos pacientes a essa tecnologia mais efetiva.
(*) Diretora médica e científica da Celltrion Brasil