A doença de Ménière é caracterizada pelo aumento de pressão da chamada endolinfa, líquido existente no labirinto do ouvido interno. O quadro afeta apenas um ouvido, sendo raro aparecer em ambos.
Por que esse nome?
O quadro foi batizado em homenagem ao médico francês Prosper Ménière, primeiro a descrevê-la, ainda no século 19.
Quais as causas?
Ainda não são comprovadas. Estudos demonstram algumas ligações com diabetes, alterações da tireoide e doenças autoimunes, além de traumas acústicos, hipertensão arterial e processos infecciosos.
Quando costuma aparecer?
O quadro é mais comum em pessoas entre os 20 e os 50 anos.
Quais os sintomas?
- Sensação de ouvido abafado, chamado pelos médicos de plenitude
- Perda da audição
- Zumbidos no ouvido
- Crises de vertigem (perda de equilíbrio corporal), aliadas a náuseas e vômitos
Como diagnosticar?
Os critérios foram estabelecidos pela Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço:
- Duas ou mais crises de vertigem rotatória com duração mínima de 20 minutos
- Diminuição da audição registrada pelo exame de audiometria
- Zumbido ou pressão no ouvido
- Exames audiométricos e a entrevista (anamnese) com o otorrinolaringologista são fundamentais para o diagnóstico.
Como tratar?
Em um primeiro momento, são utilizados medicamentos tranquilizantes, antivertiginosos, depressores do labirinto ou diuréticos – todos para o controlar os sintomas e a pressão do líquido. O método cirúrgico só é utilizado em casos mais graves ou quando os medicamentos não surtirem efeito.
E se não tratar?
A tendência é de que o paciente tenha uma perda gradativa da audição ao longo dos anos.
Como prevenir?
O controle de doenças sistêmicas, como diabetes, e autoimunes, como o lúpus, são essenciais.
Dica dos especialistas
Após crises de vertigem, os médicos recomendam uma dieta balanceada com restrição de sal, açúcar e cafeína, além de exercícios físicos e fisioterapia. Bebidas alcoólicas e cigarro também devem ser evitados para que não haja outros episódios.
Fontes: Celso Dall’Igna, médico otorrinolaringologista do Hospital Moinhos de Vento e professor da UFRGS, e Luis Carlos Saldanha, chefe do Serviço de Otorrino do Hospital Ernesto Dornelles.