Conhecida no meio médico como pirose, a azia é caracterizada por uma sensação de queimação na garganta, muito comum quando exageramos na comida.
Por que acontece?
O quadro é consequência do ácido presente no suco gástrico do estômago, que sobe até a esôfago devido à digestão de alimentos.
Como acontece?
- Todo alimento ingerido faz sempre o mesmo caminho: boca-faringe-esôfago-estômago. Nesse último, ocorre a digestão de nutrientes feita pelo suco gástrico.
- Em cada ponta do esôfago, existem duas válvulas (o esfíncter superior e o inferior). São eles que controlam a passagem de comida até o esôfago.
- Quando comemos demais, a pressão exercida nos músculos do estomago é maior, o que provoca a abertura do esfíncter e o retorno do suco gástrico à garganta.
- Esse retorno do líquido é o chamado refluxo, que tem como consequência a sensação de queimação típica da azia.
Como evitar?
A principal dica é não exagerar na comida, principalmente no consumo de alimentos ricos em gorduras, frituras e óleo. Uma dieta balanceada é o essencial.
Mitos e verdades
Sais de frutas diminuem a azia?
Parcialmente. Os medicamentos disponíveis no mercado possuem grandes quantidades de ácido salicílico. A substância alivia os sintomas, mas, se usada corriqueiramente, pode corroer o estômago e provocar lesões.
Leite é o melhor remédio?
Isso é mito. O leite tem um potencial neutralizador no momento da ingestão, porém, a proteína do alimento estimula a secreção de ácido clorídrico, piorando a sensação.
Álcool e o cigarro pioram a situação?
Sim. As substâncias presentes no álcool e no cigarro inibem a capacidade do estomago de neutralizar ácidos após uma refeição. Assim, eles se tornam mais agressivos.
Ficar de jejum alivia?
Também é mito. Quando uma pessoa fica longos períodos sem comer, o ácido gástrico se acumula e pode retornar pelo esôfago, piorando a sensação de queimação da azia.
Fontes: Ismael Maguilnik, chefe dos Serviços de Gastroenterologia e Endoscopia do Hospital Moinhos de Vento e professor da UFRGS, e Claudia Campos Vianna, líder da Nutrição Clínica do Hospital São Lucas da PUCRS.
