É comum as famosas resoluções de ano-novo acabarem esquecidas em uma gaveta ou se transformarem em pura frustração. Mas, com alguns cuidados, dá para ter sucesso na lista de decisões.
O primeiro passo é dimensionar o que se quer no intervalo de tempo almejado. Será que aquilo que planejo realmente cabe em um ano? Outro ponto é um olhar interno sobre os desejos, reconhecendo limitações e características de personalidade.
– Em vez de só pensar o que deve fazer no ano-novo, a pessoa poderia se imaginar no final de 2018 e o que é preciso fazer ao longo desse processo para chegar aonde quer. As metas devem ocorrer em níveis homeopáticos – analisa a psicóloga Bruna Chardosim Lerina.
Conheça histórias de quem conseguiu chegar lá e inspire-se.
Bianca decidiu sair do sedentarismo
A profissional de marketing Bianca Bassani, 29 anos, determinou metas objetivas e possíveis de cumprir no final de 2016. Ela vinha de um histórico de desistências da academia. Começava a malhar, mas, em um mês, deixava de lado a musculação. No final daquele ano, decidiu estabelecer como uma das metas para 2017 “continuar a fazer exercícios”. Tudo foi anotado em um papel e colocado em uma caixinha. Bianca começou praticando três vezes por semana e, depois de um problema na coluna, entendeu que não poderia mais ser sedentária. Ela não só se manteve na musculação, como incorporou corridas e pedaladas aos finais de semana no calendário. Na reta final de 2017, celebrou o cumprimento de sete das 10 metas a que havia se proposto para o ano. As que faltaram serão anotadas para 2018, com algumas novas proposições.
– Vou aprimorar neste ano, quero colocar as metas num quadrinho, em que eu possa ver. Esse exercício de riscar no papel a meta é muito satisfatório – conta.
Laura decidiu mudar o estilo de vida
É a um processo de autoconhecimento que a educadora física Laura Wolf, 36 anos, credita o sucesso das mudanças de estilo de vida a que se propôs fazer a partir de 2015. Por 10 anos, ela se dedicou a atividades como personal trainer e, durante cinco, voltou-se a comandar aulas de pilates e cursos sobre a prática.
Na época, a relação com a alimentação era envolta em uma preocupação estética quase desconfortável. Em 2012, ano do nascimento do filho, ela parou com as aulas e logo embarcou na dieta paleolítica, ficando por um bom tempo sem consumir glúten e lactose. Três anos depois, conheceu a ayurveda (medicina tradicional indiana) e chegou ao que ela chama de “reconexão” pessoal. Adotou um ritmo de vida alinhado aos anseios íntimos, seguiu fazendo exercícios e cuidando da alimentação, porém, sob um novo paradigma.
– Eu consegui a libertação de padrões estéticos radicais, que impunham muitas restrições. Hoje, não faço mais exercício da forma extenuante que eu fazia, mas para manter meu corpo em movimento e saudável. Consegui me auto-observar e ter mais equilíbrio. Foi uma mudança gradativa, e acho que por isso deu certo – avalia Laura, hoje atuando como health coach ayurveda.
Cinco erros comuns ao definir as metas para o ano novo
1) “Copiar e colar” as resoluções do ano anterior (se não deram certo, é porque precisam ser repensadas).
2) Estabelecer metas inalcançáveis.
3) Traçar metas a partir de comparações. O que o outro tem nem sempre lhe trará felicidade.
4) Estipular metas genéricas, sem considerar suas potencialidades e dificuldades.
5) Atrelar suas resoluções a de outras pessoas (cada um tem o seu tempo).
Cinco dicas para ter mais chances de sucesso
1) Observe o que o motiva, o que é mais importante na sua vida. Então estabeleça metas de acordo com os seus parâmetros internos.
2) Identifique “como chegar” a essa meta importante para você (e anote).
3) Transforme cada “como chegar” em uma pequena meta, assim você terá mais clareza sobre onde começar e para onde ir, além de ficar mais motivado a persistir a cada pequena meta alcançada.
4) Foque no presente. Faça hoje para chegar lá amanhã.
5) Aproveite o caminho. É o processo para alcançar a meta que dá sentido a ela de uma forma duradoura. E, com certeza, ela trará muito mais alegrias se, ao olhar para trás, você identificar todos os encontros que teve e as transformações pelas quais passou ao longo da caminhada.
Fonte: psicóloga Erica Macedo