Correção: ao contrário do que foi informado neste site entre 11h e 15h52min, a ingestão de álcool não é mais recomendada do que o uso de paracetamol para o alívio da dor. O estudo que avaliou essa tese apontou que tal percepção pode levar ao uso impróprio de bebidas alcoólicas como analgésicos.
Um estudo internacional destinado a avaliar as propriedades analgésicas do álcool apontou que essa percepção pode levar ao mau uso da substância em pacientes com dor. Publicada no periódico americano Journal of Pain, a pesquisa mostrou que o efeito analgésico da bebida alcoólica é mais forte em doses altas (a partir de três a quatro drinques), que representam níveis considerados perigosos.
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Com isso, os pesquisadores destacaram que é preciso sensibilizar a população em relação a intervenções que proponham usar o álcool no tratamento da dor. O objetivo da meta-análise – um estudo feito a partir de 18 experimentos controlados, com voluntários em que a dor e o uso do álcool foram induzidos – é mostrar que esse efeito analgésico das bebidas alcoólicas em altas doses pode levar ao uso impróprio da substância em pacientes com dor.
– Não faz qualquer sentido indicar álcool para pessoas com dor, pois aumenta o risco de uso impróprio do álcool em si, ou da combinação com medicação para dor, potencializando seus efeitos – pondera o psiquiatra Flávio Pechansky, diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas em Porto Alegre.
– Álcool faz mal para a saúde em qualquer dose, para qualquer pessoa – completa o médico Sérgio de Paula Ramos, ex-presidente da Associação Brasileira de Álcool e outras Drogas (Abead).
Os estudos de laboratório envolveram a indução de dor a pacientes e posterior medição em escalas de sensação de dor e alívio, comparando medicação e álcool. Os pesquisadores alertaram, ainda, que é preciso avançar em mais análises para atestar essas descobertas.