Parece que os benefícios da leitura vão muito além do relaxamento, exercício de criatividade e entretenimento. Ao menos é o que indica um estudo feito pela Escola de Saúde da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que diz que o hábito de ler está associado a uma vida mais longa.
Conforme o blog Well, do The New York Times (NYT), pesquisadores analisaram os hábitos de leitura de 3.635 pessoas acima dos 50 anos. Elas foram divididas em três grupos: não leitores, aquelas que leem menos e as que leem mais de três horas e meia por semana. Todas foram acompanhadas por 12 anos.
Leia mais:
Por que os brasileiros leem tão pouco?
Os resultados mostraram que aquelas que liam por até três horas e meia a cada sete dias tinham 17% menos risco de morte ao longo do período. Comparando os não leitores com aquelas que disseram ler mais de três horas e meia, o segundo grupo tinha 23% menos risco de morte.
A pesquisa também apontou o perfil desses leitores: maioria mulheres, com formação universitária e de classe alta. Todos estes fatores foram controlados pelos estudiosos, assim como a idade, a raça, o bom estado de saúde, a depressão, o emprego e o estado civil.
Apesar de menor em relação à leitura de livros, os pesquisadores também encontraram uma pequena associação entre o hábito de ler periódicos com a longevidade.
Para o blog do NYT, a autora da pesquisa Becca R. Levy disse:
– As pessoas que reportaram ler pouco, algo como meia hora por dia de um livro, tiveram uma vantagem de sobrevivência significativa sobre aquelas que não leram. E o benefício de sobrevivência permaneceu após o ajuste para a riqueza, a educação, a capacidade cognitiva e muitas outras variáveis.
Em 2015, uma pesquisa revelou que 70% dos brasileiros não havia lido um livro sequer no ano anterior, o que para especialistas é reflexo do baixo investimento na educação, da falta de vontade política, do processo de alfabetização tardio e da própria cultura do povo brasileiro, mais oral do que textual.