Uma das atividades da Semana Mundial de Aleitamento Materno ocorreu último dia 2, no Monet Plaza Shopping. No local, foi instalada uma cabine fotográfica onde as mães, com ou sem o bebê, podiam tirar uma foto e escrever em uma placa uma dica sobre aleitamento.
Mãe da Martina, 2 meses, Silvana Rossi Roquette, 43, escreveu: “Amamentar depois de velha não é para as fracas.” À reportagem, ela contou que a pequena nasceu 20 anos depois de sua primeira filha, Taciana.
– Foi uma surpresa, ela veio no susto. Não foi fácil. Tive que ter muita paciência na gestação, foi bem complicada. Também tive rachaduras nas mamas, mas procurei ajuda e, agora, está tudo tranquilo – alegra-se.
As campanhas publicitárias sempre alardeiam que amamentar é um ato de amor. Mas, além de carinho, esse gesto pode demandar paciência e persistência. Para algumas mulheres, a amamentação chega a representar um esforço sobre-humano. A boa notícia é que, cada vez mais, técnicas de como proceder com o recém-nascido são difundidas pelo Brasil, um dos países campeões de amamentação no mundo. São procedimentos simples, sem nenhum toque de mágica, mas baseados na observação da mãe e no contato direto com o bebê.
– Praticamente, todas as mulheres podem amamentar, com exceção de casos muito particulares. É uma questão de orientação – esclarece o neonatologista Mauro Bacas.
De acordo com o médico, o hábito de dar o peito ao bebê pode ser prejudicado tanto pela falta de informação quanto pelo estresse pós-parto. Nada, porém, que não possa ser corrigido. O ideal é procurar profissionais especializados, que atuem nos primeiros dias de vida do bebê, como é o casos dos neonatologistas (pediatras que acompanham os recém-nascidos até 28 dias após o parto).
Pegar o seio
Um dos problemas mais comuns na amamentação está relacionado ao contato da boca do recém-nascido com o seio da mãe. O correto é que a boca fique na altura da aréola, região cheia de vasos ramificados e por onde o leite sairá. No entanto, muitas crianças abocanham o bico do peito que, além de ter vasos bem mais finos e com menor potencial de extrair leite, é mais sensível e passível de infecções. Cuidados simples podem preservar as mamas de ferimentos.
– O que fará a mãe amamentar é o estímulo hormonal do parto, o aporte de líquidos e a sucção do bebê no peito – explica a nutricionista Raquel Cardoso, também especialista em amamentação.
A psicóloga Taís Vieira, 34 anos, mãe da Alícia Borin Vieira Rossarola, 1 ano e 6 meses conta que sempre teve receio de não saber o que fazer, caso não tivesse leite.
– As mães não devem ter medo, devem procurar informação com profissionais que entendam do assunto. Os grupos Nascer e Crescer Sorrindo me ajudaram muito. Nele a gente vai se fortalecendo – afirma.