O primeiro frio do ano está chegando e o nosso corpo, habituado aos meses de calor até aqui, deve sentir o baque da mudança de temperatura reagindo de várias formas: os pelos arrepiam, os lábios ressecam, infecções respiratórias se tornam mais comuns.
O cardiologista e professor titular da PUCRS Luiz Carlos Bodanese explica que o frio, principalmente quando súbito, impõe ao organismo um estresse físico, submetendo-o à necessidade de mais energia. Uma das respostas a isso é um discreto aumento na pressão arterial e do ritmo do coração, além da vasoconstrição periférica (vasos sanguíneos ficam mais estreitados, como forma de proteção à perda de caloria).
— O agasalho vai impedir que isso se torne um problema grave, porque podem haver situações extremas, como danos nos dedos, até uma necrose, se não for bem cuidado — afirma Bodanese. — Com o corpo agasalhado, o organismo é menos agredido, reage menos — acrescenta.
Maior incidência de infecções respiratórias também estão ligadas à chegada do frio. Conforme o médico infectologista Osvaldo Vitorino Oliveira, professor aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), isso ocorre porque há uma tendência de as pessoas ficarem mais confinadas. Portanto, o especialista indica que ambientes sejam mantidos arejados, e as pessoas evitem espaços muito cheios.
— O ideal seria manter o ambiente arejado sem que tivesse corrente de vento, além de fazer vacinas indicadas, como a da gripe. Grande parte das doenças respiratórias se transmite em uma área de contato de um metro e meio — explica Oliveira, salientando que gripe e resfriado são problemas muito comuns no inverno.
Outras reações corriqueiras são rachaduras nos lábios e ressecamento da pele das mãos – para isso, recomenda-se a hidratação com cremes. É importante frisar que nem todas as pessoas encaram o frio da mesma forma: a vivência acaba adaptando nosso corpo, não quer dizer que alguns têm "genética mais potente" do que outros.