Bactérias presentes no intestino poderiam regular a quantidade de comida que nós ingerimos produzindo proteínas após as refeições que enviam um sinal para o cérebro, segundo um estudo conduzido por pesquisadores do Inserm e da Universidade de Rouen.
- O modelo atual de regulação do apetite envolve hormônios do intestino que alertam os neurônios quando temos fome ou quando estamos saciados. Pela primeira vez, a influência das proteínas bacterianas na emissão de sinais do intestino para o cérebro foi observada - explicou o Inserm (Instituto nacional da saúde e da pesquisa médica) em comunicado publicado nesta terça-feira.
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O estudo foi publicado na revista especializada norte-americana Cell Metabolism e observou a relação entre as bactérias e a obesidade.
- Inúmeros estudos tentam compreender a relação entre bactérias intestinais e obesidade. Mas até agora, não sabíamos quais delas poderiam ser boas ou ruins para combater a doença - afirmou Serguei Fetissov, principal pesquisador do trabalho.
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Suas pesquisas mostram que as proteínas bacterianas, secretadas pelas bactérias E.coli vinte minutos após uma refeição, podem ser usadas para alertar sobre a sensação de saciedade.
O estudo foi conduzido em ratos, mas "o que nos faz pensar que essa possibilidade se aplica ao homem é a presença destas mesmas bactérias E.coli " no organismo humano, disse Fetissov.
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Ele ressaltou que os estudos anteriores se centravam nas bactérias presentes em grande quantidade, deixando de lado as bactérias E. coli, que representam menos de 1% da flora intestinal.
- Apenas um estudo de uma equipe de Marselha (sul da França) havia mostrando que existiam mais bactérias E.coli nas pessoas com menos peso ou anoréxicas do que nas pessoas obesas - contou.
Família é protagonista no combate à obesidade infantilApós os testes realizados em ratos, "agora é importante determinar se as pessoas obesas têm essas boas bactérias capazes de produzir proteínas que atuam sobre o cérebro, produzindo a sensação de saciedade", observou Fetisov.
- Caso as pessoas obesas não as tenham ou não as tenham em quantidade suficiente, temos boas razões para acreditar que é possível tratá-los com probióticos (bactérias de substituição, ndlr). Administrados por via oral, os probióticos agem no nível do intestino e seriam uma ativação por via natural - ressaltou.
*AFP