Uma importante pesquisa genética divulgada nesta terça-feira, dia 25 de agosto, confirmou o vínculo entre baixos níveis de vitamina D e o risco de sofrer de esclerose múltipla, doença autoimune do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal. Segundo especialistas, essa descoberta pode ajudar a melhorar tratamentos e a estimular novas pesquisas para a prevenção da doença.
Estudos observacionais anteriores já haviam encontrado uma associação entre os níveis de vitamina D - obtida por meio da exposição à luz solar e da ingestão de alimentos como atum, leite e iogurte - e a esclerose múltipla (EM). No entanto, embora houvesse alguma relação, os resultados não conseguiam comprovar que a deficiência da vitamina poderia levar à doença. Apenas havia indícios de que as pessoas doentes tendem a ficar mais tempo em casa e, assim, são menos expostas ao sol.
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Entretanto, um levantamento liderado por Brent Richards, da universidade canadense McGill, conseguiu analisar a associação genética entre ambos os fatores em uma população na qual 14.498 pessoas tinham esclerose múltipla e 24.091 indivíduos eram saudáveis. Os pesquisadores conseguiram mostrar que aqueles com, geneticamente, baixos níveis de vitamina D, têm risco redobrado de desenvolver a doença, geralmente diagnosticada entre os 20 e os 50 anos.
Os resultados foram publicados na revista especializada PLOS Medicine.
- É uma descoberta muito importante. Se um bebê nasce com genes associados a uma deficiência de vitamina D, ele pode ter duas vezes mais risco de ter esclerose múltipla quando se tornar adulto - diz Benjamin Jacobs, diretor do Serviço de Crianças do Hospital Real Ortopédico de Londres, Inglaterra.
Conforme o médico, ainda não é possível concluir que indicar vitamina D em adultos e crianças saudáveis irá diminuir o risco de desenvolver esclerose múltipla. Mas ele afirma que equipes já estão realizando estudos clínicos para verificar essa possibilidade de prevenção.
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A esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que, no Brasil, cerca de 35 mil pessoas são portadores da doença, a qual interfere na capacidade do cérebro e da medula espinhal para controlar funções como caminhar, enxergar, falar, urinar e outras. A EM é caracterizada por problemas de visão e fala, tremores, fadiga extrema, problemas de memória, paralisia e cegueira.
*AFP
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