Relatos de casos de meningite têm assustado os pais nas últimas semanas, provocando uma verdadeira corrida aos pediatras e às clínicas de vacinação.
Não tenha dúvida que a meningite é uma doença muito grave com alto risco de morte ou de deixar sequelas neurológicas. Trata-se de uma inflamação das membranas chamadas meninges, que cobrem e protegem o cérebro. Como esse órgão é a central de comando de tudo que acontece em nosso corpo, a natureza faz de tudo para protegê-lo. Ele é mantido numa espécie de câmara óssea, revestida por membranas onde um líquido o envolve amortecendo os impactos do dia a dia. Infelizmente, alguns micro-organismos podem invadir e provocar infecção nesse local. Os agentes mais comuns são vírus e algumas bactérias. Entre as meningites bacterianas, as mais frequentes são causadas pelo meningococo e pelo pneumococo.
O modo de contágio é o mesmo da maioria das infecções. Um indivíduo portador do micro-organismo espirra ou tosse, levando a mão ao rosto e, logo após, cumprimenta alguém, passando o agente infeccioso. Então, lembre, a transmissão ocorre por meio do contato direto, de secreções respiratórias de pessoas infectadas. Em alguns desses casos, o micro-organismo consegue ultrapassar barreiras e invadir a corrente sanguínea e chegar nas meninges. O grupo de maior risco são as crianças, principalmente menores de dois anos.
Em crianças menores de um ano, os sintomas são menos evidentes. Têm febre, não querem mamar, apresentam abatimento chamativo, sonolência, prostração e, muitas vezes, uma irritabilidade incomum. Nas maiores, os sinas são febre, dor de cabeça intensa, vômitos e até confusão mental. Os mais comprometidos não querem caminhar e mexer o pescoço. Pode-se notar o aparecimento de manchas no corpo. Como a meningite pode ser fatal, as pessoas com sintomas devem procurar imediatamente um médico.
A bactéria meningococo, além de ser a mais frequente, tem capacidade de acometer outras faixas etárias. Por isso, é o principal agente da vigilância das meningites pela Secretaria da Saúde. Essa bactéria possui diversos grupos, os mais frequentes são o A, B, C, Y e W. Em nosso Estado, observa-se uma tendência de aumento da circulação do meningococo C desde 2012. Os casos registrados no município da região metropolitana são do tipo C, que é o tipo já incluído no calendário de vacinação desde 2010. A rede de saúde oferece essa vacina para crianças de até dois anos. As doses são aplicadas aos três e aos cinco meses de vida, com reforço aos 15 meses. A duração da proteção da vacina é em média de cinco anos e, depois disso, o efeito começa a diminuir.
Portanto orienta-se que os pais mantenham sempre em dia o calendário vacinal de seus filhos. Além disso, medidas simples como lavagem das mãos, manutenção de ambientes arejados e evitar grandes aglomerações em ambientes fechados são efetivas na prevenção da doença.
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