O outono chegou e, com o clima mais frio, ressurge a ameaça de a gripe atacar os menos fortes. A "influenza" ou "gripe" é mais perigosa do que o resfriado comum em crianças. Nesse quadro, tudo é mais intenso: febre, coriza, tosse, dor no corpo e falta de apetite. E dura mais tempo, de 10 a 14 dias. Também a incidência de complicações é maior.
As crianças com menos de dois anos representam maior risco. A estatística americana é de que, a cada ano, uma média de 20 mil crianças com menos de cinco anos é hospitalizada por causa de complicações da gripe. E, dessas, cem crianças morreram em 2014, sendo que 90% delas não eram vacinadas.
O contágio acontece, por exemplo, por espirros e tosse da criança não vacinada que foi para a creche com febre e pelas mãos contaminadas da tia que limpou o narizinho e não fez higiene adequada. É só contar. Um a quatro dias após, a doença começa. Agora, é a vez dessa criança contaminar os outros, a menos que se tenha o bom senso e a possibilidade de mantê-la em casa por sete dias.
Não podemos esquecer a epidemia ocorrida no Rio Grande do Sul em 2009, quando vivemos meses de estado de calamidade. Embalagem de álcool gel era item obrigatório em todas as mochilas, férias eram prolongadas, escolas foram fechadas e atendimento de doentes era feito em tendas.
De lá pra cá, o que mudou? A introdução da vacina. Mas não relaxem, o vírus H1N1 que causou a gripe naquele ano continua a circular.
A vacina é considerada o melhor meio de proteção. É segura, tem alto índice de imunização e está disponível de modo gratuito para os grupos de maior risco. Na faixa etária pediátrica, deve ser aplicada em todos os bebês a partir de seis meses. As crianças que estão sendo vacinadas pela primeira vez necessitam duas doses com um mês de intervalo. A primeira dose "prepara" o sistema imune, e a segunda confere a proteção imunológica aproximadamente duas semanas após.
Bebês com menos de seis meses têm maior risco da doença, mas a vacina não é liberada para esse grupo. Para protegê-los, orienta-se a estratégia "casulo", que consiste em vacinar as pessoas que convivem com eles. Assim, pais, irmãos, avós e babás devem ser vacinados.
Indivíduos com asma e doenças crônicas como diabetes e problemas neurológicos também devem ser imunizados, pois correm maior risco de complicações.
As medidas gerais como evitar contato com doentes, lavagem das mãos ou uso do álcool funcionam na prevenção, mas a vacina continua sendo o melhor modo de proteção. Portanto, não demore para vacinar seu filho.