Um estudo dinamarquês mostra que infecções, como as de estômago e de bexiga, por exemplo, podem continuar causando danos mesmo depois de tratadas. Pesquisadores sugerem que essas doenças podem afetar, posteriormente, a capacidade cognitiva medida por um teste de quociente de inteligência - o famoso QI.
Costumo de castanha pode melhorar a função cognitiva
Leite materno previne doenças e pode deixar bebê mais inteligente
A pesquisa foi realizada pelas universidades de Copenhagen e de Aarhus, ambas na Dinamarca, com 190 mil participantes nascidos entre os anos de 1974 e 1994 que tiveram o QI avaliando entre 2006 e 2012. Entre os investigados, 35% apresentaram histórico de internação hospitalar devido a infecções antes do estudo ser realizado.
De acordo com os resultados, a relação entre uma infecção e a cognição prejudicada corresponde a um QI de 1,76, pontuação mais baixa que a média. Pessoas que tiveram cinco ou mais infecções apresentaram um QI com pontuação 9.44 mais baixa em comparação à média. Pesquisadores também afirmaram que a relação entre o número de infecções e o efeito sobre o quociente de inteligência aumentou com a gravidade e proximidade temporal da última infecção.
Uma boa noite de sono para os idosos é essencial para a saúde cognitiva
Estudo aponta que atividade física melhora funções cognitivas
Infecções no cérebro, como a encefalite, foram as que mais prejudicaram o QI das pessoas, embora outros tipo graves se mostraram suficientes para interferir na pontuação final do teste. Michael Eriksen Benrós, da Universidade de Copenhague, explica que essa capacidade cognitiva pode ser prejudicada até vários anos após a doença ter sido curada.
- Podemos ver que o cérebro é afetado por todos os tipos de infecções. Portanto, é importante realizar mais pesquisas para observar os mecanismos que estão por trás da ligação entre o sistema imunológico e a saúde mental - diz Benrós.
Leia mais sobre saúde e bem-estar
O pesquisador acredita que esse estudo poderá, futuramente, ajudar a descobrir novas estratégias para tratamentos de saúde mental.
Os resultados do estudo foram publicados no periódico PLOS ONE.