Enquanto a maioria dos pais acredita que matricular a filha em qualquer aula de dança é o suficiente para suprir a necessidade de exercícios físicos da criança, um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostra que esse pensamento pode estar equivocado. Os resultados do estudo, publicados na revista científica Pediatrics, indica que muitas aulas não proporcionam o nível de atividade física recomendado pelo Departamento de Saúde do Estados Unidos.
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A pesquisa descobriu que cerca de um terço do tempo total de uma aula é gasto com empenho físico moderado ou rigoroso e o restante com atividades mais leves, como alongamentos. A recomendação americana é de que crianças e adolescentes com idades entre seis e 17 anos se envolvam pelo menos em uma hora de atividade física diária em níveis que vão do intermediário ao avançado.
A sugestão é que os jovens dividam esse tempo em 30 minutos de exercício no ambiente escolar e outros 30 de atividades após a escola.
O estudo foi feito com 264 meninas de 66 aulas com ritmos diferentes de dança - entre elas, balé, jazz, hip hop, flamenco e salsa. As participantes foram dividas em dois grupos: crianças com idades entre cinco e 10 anos e adolescentes de 11 a 18 anos. Para a avaliação, as alunas usaram um acelerômetro - dispositivo colocado em volta da cintura para medir a velocidade dos movimentos.
Pesquisadores observaram que a diferença entre os estilos de dança foram significantes para os resultados. Alguns ritmos exigiram mais energia que outros, fator que pode ser levado em consideração na hora de escolher em qual aula se matricular.
Kelli Cain, um dos autores do estudo, disse que entre as crianças o hip hop foi o ritmo mais frequente, com 57% da aula envolvida em atividade moderada ou rigorosa. O flamenco foi o menos ativo, com apenas 14%. Entre o grupo de adolescentes, o hip hop também ficou em primeiro lugar, empatando com o balé - 31% do tempo da aula foi destinado a esses movimentos.
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- A saúde física e mental dos jovens melhora muito com a prática de exercícios. É por isso que mais pesquisas estão examinando estratégias para criar mais oportunidades para essas crianças e adolescentes serem mais ativos em casa, na escola e na comunidade - disse James Sallis, também autor do estudo.