Hoje vou escrever sobre "CORE", o centro do nosso corpo. Muita gente, quando falamos nisso, pensa no abdômen. Mas não vamos nos deter a essa região, pois, dessa forma, o trabalho ficaria incompleto. Vale dizer que ter um abdômen definido, "de tanquinho", não significa que ele seja forte, móvel e resistente. Para melhorar a performance, ele deve ser trabalhado de maneira completa e correta.
Quando estamos em pé ou corremos, temos ainda mais problemas. Se observarmos isso nas pessoas que correm, por exemplo, elas costumam ter quadríceps (musculatura anterior da coxa) mais fortes e os glúteos e a musculatura posterior da coxa mais fracos. Essa assimetria causa um desequilíbrio que pode empurrar a pelve para frente e criar uma aparência "sem bunda". Se a postura não estiver legal, com esta retificação de lombar, os movimentos não ficam corretos e simétricos, e a corrida fica prejudicada. Então, as pessoas argumentam: "mas o meu tempo está melhor". Imagine, então, se a postura e os padrões dos movimentos estivessem corretos, o tempo estaria melhor ainda.
A boa postura - em pé, parado, ou correndo - maximiza a força de músculos grandes e ainda permite que os órgãos funcionem melhor. A postura correta abre o diafragma e facilita a respiração. Já a má está diretamente relacionada à falta de força no "CORE" . "Mas eu faço abdominais e pranchas!". Legal, porém, incompleto. De uma maneira muito mais ampla, devemos considerar todos os músculos que vão do fim das costelas até a região abaixo dos quadris. Quando enfatizamos, estabilizando e fortalecendo esta região, temos mais chances de evitar problemas posturais que comprometam a corrida e movimentos e que causam alterações nos quadris e levam a quadros de dores lombares e cervicais.
Gosto muito de usar a construção de uma casa como exemplo: se construímos as paredes fortes e a fundação da casa está instável, assimétrica ou fraca, teremos problemas futuros. No nosso corpo, funciona assim também: devemos fortalecer e estabilizar as regiões abdominal, lombar, abaixo dos quadris e glúteos. Importante salientar que devemos sempre trabalhar em conjunto com os membros superiores, pois normalmente temos a tendência de peitorais rígidos e região torácica mais fraca.
Com essa consciência, teremos melhores rendimentos, mais saúde e menos dores.