Há tempos você se empenha para melhorar o estado de ânimo, mas nenhuma medida é capaz de manter o nível de serotonina - neurotransmissor responsável pelo humor - em alta? A culpa pode ser dos seus genes. Foi o que descobriu um grupo de pesquisadores de quatro universidades, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Suécia, ao afirmar que a gente tem algo como um "piso" de felicidade, um nível mínimo de satisfação com a vida que se mantém consistente e persiste ao longo do tempo.
De acordo com uma pesquisa governamental feita nos EUA - Add Health Study -, cada um tem sua felicidade mínima e ela é carregada pelo SLCGA6, gene que transporta a serotonina no cérebro - quem tem uma versão mais "eficiente" dele apresenta entre 8,5% e 17,3% mais chances de ser satisfeito com a vida. Não ter essa versão "turbo" pode justificar comportamentos depressivos.
Pesquisas com bebês realizadas na Universidade de Wisconsin reforçam a hipótese de que a atividade incomum de uma parte do cérebro chamada córtex pré-frontal também está associada a ser mais ou menos feliz. Aqueles que têm maior atividade nessa região tendem a chorar menos quando são separados das mães por alguns instantes.
Outro estudo, este de 1998, feito na Universidade de Minnesota, define que 50% do grau de felicidade de uma pessoa é determinado pela genética. A pesquisa se baseou na descoberta de gêmeas idênticas, Daphne Goodship e Barbara Herbert, separadas no nascimento, que se conheceram apenas aos 40 anos. As duas tinham um senso de humor tão parecido que foram apelidadas de irmãs risonhas. Esse mesmo estudo diz que apenas 8% da nossa felicidade é devido a coisas que normalmente reputamos como essenciais - casamento, emprego, ganhar na loteria etc.