Ver o filho chupando o dedo causa preocupações em muitos pais. Mas os especialistas garantem que esse hábito é natural nos primeiros meses de vida.
Os bebês levam de forma instintiva a mão à boca pois, desde a gestação, o ato de sugar é a maneira como eles entram em contato com o mundo. Por volta do segundo mês de vida, a criança começa a introduzir todos os dedinhos na cavidade bucal, geralmente em momentos de descontração.
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- É quando eles estão se descobrindo e ainda não entendem que aquela mão pertence a eles - explica Renato Santos Coelho, presidente do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Com o passar dos meses, segundo Coelho, a tendência é de que os bebês abandonem esses hábitos.
Situações de estresse podem desencadear o problema
Caso a criança já tenha passado dos dois anos e siga com o hábito, é importante os pais prestarem atenção nas circunstâncias em que isso ocorre. De acordo com Coelho, algumas crianças chupam insistentemente o dedo polegar para se autoconfortar quando estão submetidas a situações de estresse. Excesso de sono, cansaço, ansiedade, fome, medo e carência afetiva são alguns fatores que podem desencadear esse processo.
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- Se os pais conseguem ficar atentos a essas sinalizações, eles podem antecipar esses momentos e minimizar as causas. Existem crianças, por exemplo, que chupam o dedo enquanto assistem à televisão. Nesses casos, elas precisam ser distraídas de outras formas para que não fiquem tão focadas no aparelho - recomenda a terapeuta de família e psicóloga do Hospital da Criança Santo Antônio Carolina Schneider Silva.
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Chupar o dedo por um tempo muito prolongado pode, além de fazer com que a arcada dentária superior da criança cresça avançada para frente, trazer prejuízos à fala.
Como lidar com a mania
- Se seu bebê costuma chupar o dedo para dormir, por exemplo, oferecer a chupeta pode ser uma boa alternativa. Será mais fácil, no futuro, negociar com a criança a retirada do bico do que acabar com o hábito de chupar o dedo.
- A partir de dois anos, a criança já tem capacidade maior de entendimento sobre o que acontece a seu redor. Converse com ela sobre os malefícios do hábito, como deformação dos dedos e dos dentes.
- Ofereça objetos que ela possa segurar nas mãos como brinquedos, paninho ou até mesmo almofadas.
- Quando ela estiver chupando o dedo, não a repreenda e nem a ameace. Procure propor atividades manuais e brincadeiras para entretê-la de modo criativo.
- Não coloque substâncias picantes ou amargas no dedo da criança. Isso não vai ajudá-la em seu processo de amadurecimento.
- Se, mesmo após muita conversa e diversas tentativas diferentes, o hábito persistir para além dos três anos, pode ser válida a avaliação de um pediatra ou psicólogo.